O Jornal Nacional de 21 de junho noticia as grosserias de Bolsonaro contra uma repórter. A reportagem afirma que ele desrespeita a liberdade de imprensa e a "democracia".
Engraçado.
Bolsonaro é o resultado do golpe de 2016, que teve como pivô chave a Rede Globo. Não é de hoje que o "presidente" age desta maneira. Esse cinismo do jornalismo burguês em geral, e da Globo em particular, é assustador. Os seus prejuízos ideológicos no imaginário do povo são incalculáveis. O papel da Rede Globo é a de feitora moderna: a escravidão da classe trabalhadora e do país depende desses tipos de construções de "informação", que não tem compromisso com nada, a não ser com a manutenção do seu status quo.
A Rede Globo é tão responsável à agressão da repórter quanto Bolsonaro. Assim como entende por "democracia" essa lambança que ajuda a fazer no país sempre que seus interesses econômicos são prejudicados.
Na mesma edição do jornal nos é "informado" que as acusações contra Lula na operação Zelotes foram arquivadas por "falta de provas". O jornalismo militante da Rede Globo não deu trégua até assegurar que Lula não pudesse concorrer. Agora que é necessário preparar a "transição democrática", começa a falar mansinho novamente (o que reforça a tese central do texto lançado em maio por este blog, "Bolsonaro X Lula"). Não há nenhuma sombra de "autocrítica" desta emissora que, ao invés de "fábrica de sonhos", é uma fábrica de "golpes de Estado" e de manipulação desavergonhada (com certa conivência do próprio povo... porque vamos e venhamos: já dá pra perceber a podridão se a gente se esforçar um pouquinho!).
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É assustador que a Rede Globo, o seu jornalismo militante e grande parte da classe média "esqueçam" seus crimes políticos tão levianamente.
Caiu definitivamente a máscara do golpe orquestrado pela Lava-Jato e por Sérgio Moro. O STF — com um atraso bastante conveniente — reconheceu a manipulação dos processos contra Lula. Não era uma grande dificuldade percebê-la, uma vez que alguns setores sociais denunciaram o esquema no momento em que ocorriam; ao contrário de amplos setores do PT — como o próprio Fernando Haddad, que covardemente afirmou confiar na Lava-Jato em pleno JN durante a campanha eleitoral de 2018; além da maioria do PSOL e do PSTU, que também foram vanguarda na defesa desta operação farsante.
Os slogans infames de "acabar com a corrupção" e de "mudança" eram visivelmente cínicos, mas os setores da classe média — que se julgam eticamente perfeitos e sem máculas — se negaram a ver e hoje, com raríssimas exceções, se negam a reconhecer a manipulação.
A Rede Globo e o JN, que noticiam hoje o veredicto do STF como se não tivessem nada a ver com esta farsa e com a manipulação descarada da opinião pública brasileira sobre a "imparcialidade" de Moro nos julgamentos contra Lula, contam com a anuência do povo, que quer seguir assistindo a tudo isso como se fosse a novela das oito e procurando alguém para "culpar".
O mais revoltante, triste e abjeto — ao mesmo tempo! — é como amplos setores da classe média fingem que está "tudo bem", que não tem nada a ver com esta farsa política de proporções internacionais. De nada adianta cair a máscara se estas pessoas viram a cara pra não ver — tudo para continuar fingindo que são eticamente perfeitas e corretas, quando na realidade seu interior está cheio de cobiça e de outras tantas imundícies.
O que não deveria nos assustar — embora nos assuste — é que a Rede Globo e o JN sabem que podem sustentar qualquer barbaridade que quiserem, já que a classe média e amplos setores populares sofrem de "cegueira voluntária" e não olharão o que está por trás da máscara caída.
De tanto ódio que sentiam da figura de Lula, agora tem que engolir que o juiz que o julgou foi totalmente parcial. Como não possuem ética alguma a despeito dos seus discursos de ocasião, apenas virarão a página e tocarão suas vidas ainda se julgando superiores e os campeões da justiça e da moralidade.
Os séculos de iniquidade da história brasileira e latino-americana vivem exatamente neste tipo de conduta!
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Aflige um pouco — embora também não devesse nos afligir — como desmascarar esta classe média e a Rede Globo para os poucos setores que ainda possuem algum tipo de honestidade. Que tipo de agitação e propaganda, de discurso, de contatos, de narrativas são necessários?
Aí devemos lembrar que a "esquerda" (sobretudo nos sindicatos que dirige) também age da mesma forma que a classe média: não conhece autocrítica alguma, pensa que está "lutando" contra algo de forma correta e se julga eticamente perfeita!
Porém, há que se lembrar que a luta sindical e social que dirigem contra o bolsonarismo é uma farsa e que, infelizmente, ela se recusa a ver e a reconhecer as limitações, os erros, os autoritarismos, os egocentrismos dos seus "mitos" e os ódios mal resolvidos dentro de si mesma que, diga-se de passagem, são bem evidentes...
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