"Caiu" Ricardo Salles, o ministro da destruição do meio ambiente. Assume Joaquim Álvaro Pereira Leite, um ruralista histórico que atua junto ao governo Bolsonaro desde julho de 2019 como diretor do Departamento Florestal, integrando a Secretaria da [rapinagem da] Amazônia. Integrou também o Conselho da Sociedade Rural Brasileira desde 1996 e foi parte da bancada reacionária do Congresso Nacional (a que reúne os ruralistas, a evangélica e a da bala...), além de ter sido membro da direção de empresas com inúmeros interesses na floresta amazônica.
Sem estrutura de poder e governo alternativo, quem entra no lugar de Salles é outro membro do agronegócio, com os mesmos interesses que o do antecessor. Ou seja, alguém que vai continuar a destruição do meio ambiente, das terras indígenas e das comunidades quilombolas.
O mesmo problema se passa com o "fora Bolsonaro". Se cair Bolsonaro, a classe trabalhadora tem condições de colocar um poder alternativo no lugar de todo o seu governo, bem como das instituições que o sustentaram e o sustentam? Sem responder a isso o "fora Bolsonaro" continua sendo uma aventura inconsequente, pra extravasar descontentamentos, mas que mudará a situação do país tanto quanto a "caída" de Ricardo Salles.
Nada substitui o trabalho de base, a formação teórica, a agitação e a propaganda conectadas com a realidade concreta e as principais lições da teoria revolucionária (tudo o que a "esquerda" se recusa a fazer), sem falar no questionamento acerca das instituições políticas do país, que também precisam ser "colocadas pra fora" para que possamos construir outras em seu lugar. De resto, apenas transformamos o espontaneísmo em teoria e damos provas de um desespero manifesto.
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