sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Quero ser um homem!

 

Quero ser um Homem!
Não basta aprender a se limpar
É necessário poder se encarar no espelho
e saber que se fez o melhor que pôde
A separação da mãe, da outra, do outro
existe e não há o que possa ser feito para impedir
senão entender, chorar, cair e se levantar
A vida exige!
E o verdadeiro Homem atende.
Entende.
Quero ser um Homem
Que encare, limpe e cure as próprias feridas, sem precisar machucar ninguém
Que seja sensível e forte
Forte e sensível
Que saiba acolher o seu feminino
e amar o feminino como um Homem
Quero ser um Homem
Que diante da solidão profunda
não trema, nem recue
Como se intimidasse sozinho
um exército de 100.000 homens
Que seja capaz de tirar dela
tudo o que há para se tirar, aprender, evoluir
Que diante da traição
não esmoreça, nem desanime
siga com a cabeça erguida
o peito aberto
e o coração estreleiro
Que chore o que for necessário
mas saiba se levantar
mesmo diante da pior queda
da pior depressão
do pior cenário cinzento
E grite:
"Eu estou aqui, diacho, firme e forte,
vivo e pulsante!"
Que a força e a sensibilidade não me abandonem
e se redobrem
para que eu possa olhar no espelho
e nos olhos dos outros homens e mulheres que me cercam
e dizer:
"eu sou um Homem"
"um homem corajoso e honrado"
"eu sobrevivi à noite arcaica".

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Desdolarização, yuanização e os BRICS

> A Europa está sentindo um pouquinho o gosto do próprio veneno: por séculos colonizou outros continentes e obrigava seus povos a praticarem uma economia contra si mesmos. Hoje, com a guerra na Ucrânia e por pressão dos EUA, aplica sanções econômicas contra si própria, arruinando a sua indústria e diversos setores econômicos internos. Resta saber quem fará os EUA provar do próprio veneno?

> A desdolarização, cantada em versos e prosas pelos analistas pró-BRICS, e que tem, sem dúvidas, elementos progressistas, está começando a ficar mais clara: o dólar estadunidense será gradativamente substituído pelo yuan como moeda preferencial nas transações comerciais internacionais (inclusive há a possibilidade real de mediar relações comerciais entre Brasil e Argentina — por isso a investida dos EUA e da burguesia argentina na candidatura do delinquente Milei, que repetirá Bolsonaro).

> O mais preocupante é que os analistas pró-BRICS não enxergam nenhum problema na troca do dólar pelo yuan, o que continuarão defendendo não se tratar de modo algum de um "novo imperialismo multipolar". A partir daí, serão invocadas as "bulas papais" de "estratégias de transição", "táticas pontuais", e um longo etc.

> Lula, coitado, na cúpula de Johanesburgo tentou defender uma "moeda comum para os BRICS", na vã tentativa de manter a independência dos gigantes do bloco. A resposta será dada pela realidade, marcada pela inevitável dinâmica econômica dos gigantes, em especial da força gravitacional da economia chinesa, que suga tudo a sua volta como um buraco negro (e sem necessidade de intervenção militar).