O tão propalado "último debate" entre Trump e Biden nos EUA não apenas foi patético, repleto de acusações de ambos os lados e sem o menor resquício de verdade, como não expressou nenhum sentimento real das demandas mais sentidas pela população trabalhadora norte-americana. Apenas teatro, risos frios e calculistas e meias-verdades e mentiras completas. Todo o debate foi marcado por essa hipocrisia, com a sua lógica própria, como se não houvessem milhões de problemas que precisariam ser analisados previamente.
Trump teve a desfaçatez de dizer que foi o presidente "que mais coisas fez pelo povo negro dos EUA". Ora, pessoal, sejamos francos: um "supremacista branco" que massacrou as periferias negras e os protestos de rua falar algo assim e não ser contestado pelos organizadores do debate ou sequer pelo seu "oponente" é passar a ser parte dessa mentira institucionalizada; da mesma forma os ouvintes do debate de mentirinha...
Há tempos que a hipocrisia institucional vem matando qualquer tipo de seriedade de debates e pautas na "política". Quanto mais as pessoas se afastam disso tudo, mais o emaranhado de confusões niilistas se enrosca em nossos pescoços e vai nos enforcando lentamente. Vai ocorrendo, então, a lenta adaptação à esta rotina de enforcamentos, à esta mesma hipocrisia que a gente tanto odeia e repele.
Urge mudar a postura individual e coletiva frente a isso, sobretudo dos trabalhadores. Mas muitos que deveriam tentar dar o exemplo são os que mais lépida e voluntariamente se jogam nos braços dessa hipocrisia institucional desprezível...
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