A reportagem do Jornal Nacional de 23 de fevereiro sobre a "crise" da Petrobrás é revoltante: uma forma descarada e desavergonhada de manipulação e de entrega da soberania do país. Não se trata apenas de manipulação, mas de mau caratismo, canalhice no mais alto nível; isto é: um verdadeiro crime! Falam pela boca dos repórteres e da emissora a elite internacional do mercado, interessada em manter sob seu "direito inalienável" o poder de decidir os preços do combustível, condenando e combatendo qualquer possibilidade do governo intervir sobre eles.
A Rede Globo faz o jogo da entrega da soberania nacional, sem nenhuma crise de consciência: é abertamente lesa-pátria e impõe goela abaixo uma narrativa para facilitar a entrega dos recursos naturais (como o petróleo e os combustíveis, que tem reflexo direto no controle ou não da inflação). A reportagem (leia-se: propaganda doutrinária neoliberal militante) condenou duramente os poucos acertos dos governos do PT, como, por exemplo, o controle governamental dos preços dos combustíveis e, como sempre, associou ardilosamente esta ação essencial para o povo pobre à corrupção.
É este tipo de "reportagem imparcial" que cria distorções sistemáticas da realidade para manter a economia de rapina que subjuga o país há mais de 500 anos. Como não há mais espaço para a tirania do chicote contra os escravos, é necessário o chicote ideológico "invisível" e da violência simbólica. A reportagem de hoje serve para tornar invisível a ação predatória de um mercado desregulamentado, que apenas concentra ainda mais renda em poucas mãos. Este é, precisamente, o objetivo de desmontar a política da Petrobrás de controle de preços.
Não há nada de imparcial nesse jornalismo. É a serviço da elite financeira do mercado que a Rede Globo trabalha descaradamente para iludir o povo sobre "não intervir" na Petrobrás. Ao justificar o fim do controle dos preços, alegando a mentirosa "necessidade" de se pautar pelo valor internacional dos combustíveis, abre precedente para o descontrole da inflação e o aumento dos preços que será descarregada sobre as constas da população. Tudo isso (incluso a reportagem) é parte da dominação maquiavélica do sistema.
As críticas a Bolsonaro apresentadas na reportagem foram reles despiste, uma vez que tanto Rede Globo quanto governo Bolsonaro trabalham pelo desmantelamento total da Petrobrás, pelo fim da política de controle de preços (ainda que o governo Bolsonaro faça demagogia para tentar controlar o descontentamento dos caminhoneiros) e, principalmente, defendem em uníssono, de forma desesperada e incondicional, a agenda de privatizações. Picuinhas para consumo de parte da população, mas unidade indestrutível no essencial: a política econômica!
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