Lula afirmou recentemente numa entrevista: "a elite brasileira não estava preparada para aceitar a inclusão social".
Ele tem toda razão. A nossa elite já foi muito bem caracterizada por Jessé Souza como "a elite do atraso". Mas aqui podemos ir além destas reflexões um tanto óbvias: qual classe dominante está preparada para a inclusão social? Essa afirmação de Lula não denota que a estratégia petista de se aliar com a mesma elite que "não está pronta para aceitar a inclusão social" estava redondamente equivocada (pra não dizer que se tratou de uma traição consciente)?
Indo ainda mais além de Lula: essa afirmação não atestaria a necessidade de ser socialmente duro com esta elite, preparando a classe trabalhadora para enfrentá-la organizada e conscientemente, criando, assim, condições de controlá-la e anulá-la através de mecanismos da "ditadura do proletariado", tendo, em primeiro lugar, a função de regulamentar o mercado controlado por ela para ir minando as bases do seu poder?
E indo definitivamente mais além do que Lula, tirando as conclusões que ele não quer nem pode tirar: tal afirmação não significaria o reconhecimento implícito da necessidade de uma revolução para tirá-la do poder?
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