A prisão do deputado federal Daniel Silveira (da máfia do PSL) a partir de um mandato do STF é importante e necessária, mas insuficiente.
Não é de hoje que o ex-policial militar vem desacatando as instituições "democráticas" do país. Alguns anos atrás quebrou a placa com o nome de Marielle Franco, além de incitar a agressão de um ativista social que andava com a mesma placa em um protesto. Ou seja, já aplicava o AI-5 na prática, por iniciativa própria. Portanto, prendê-lo não significa "cerceamento de liberdade de expressão" justamente porque o deputado está pregando o fim da escassa e medíocre liberdade de expressão de que o Brasil dispõe hoje (isto é, a "liberdade de expressão" da democracia dos ricos).
Este ser abjeto, que atende pelo nome de Daniel Silveira, reflete bem a situação em que o país se encontra politica e socialmente, refém de ações e posições neofascistas que foram insufladas e/ou consentidas pela grande mídia e pelas instituições "democráticas", dentre as quais se encontra o próprio STF. Para ser séria, a prisão não deveria se restringir apenas a Daniel Silveira, mas se estender a todos os apologistas da ditadura militar e de práticas neofascistas.
Se o deputado do RJ foi preso por defender o odioso Ato Institucional Nº5 da ditadura militar, que serviu de base para perseguir, prender, torturar e assassinar centenas de milhares de pessoas, com muito mais razão deveria se prender Eduardo bananinha Bolsonaro (também da máfia do PSL), que foi muito além de Silveira e defendeu, em 2018, que pra fechar o STF "bastava um cabo e um soldado". Tal declaração seria menos grave que a de Silveira?
E o que falar, então, do próprio Jair Messias, que defendeu a prática da tortura, o fechamento do Congresso Nacional e faz, quase que diariamente, apologia da ditadura militar. A gangue neofascista que está no poder não se deixa assustar por ações tímidas e pontuais como essa. Muito antes pelo contrário. Tal como faz o seu amo estadunidense, D. Trump, transformam-nas em palanques de agitação política visando reverter o desgaste em novo acúmulo de força a partir dos desprezíveis métodos do gabinete do ódio (patrocinado por todos eles, novamente, com a conivência das mesmas instituições "democráticas").
Só poderemos reconhecer como séria esta prisão, que tende a se tornar apenas uma válvula de escape midiática, se o STF e todas as demais instituições "democráticas" impedirem a futura candidatura de qualquer partido que sustente discursos em prol do regime militar e do neofascismo. Isso não significa cercear a "liberdade de expressão": significa justamente defendê-la.
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