quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A ineficiência do mercado

1.
As empresas privadas que "prestam serviço" funcionam como bem entendem e não são regulamentadas por nada além da sua sede insaciável por lucros. E nos apresentam insistentemente a "privatização" como "solução".
A NET, assim como as empresas de telefonia privada, é campeã de reclamações no PROCON e incapaz de resolver qualquer problema dos seus clientes quando estes dizem respeito a sua margem de lucro. Por mais de 4 vezes liguei para a sua central na perspectiva de reduzir o valor (uma vez que muitos conhecidos pagavam cerca de 150 reais a menos por um serviço idêntico).
Por mais de 3 vezes o valor veio superior ao combinado no maior descaramento. São empresas que não dá pra confiar, mentirosas e ligeiras. É este "livre mercado" que vai minando as relações sociais, aumentando o descontentamento, a confusão e o lucro na proporção inversa da qualidade do serviço. Estes serviços são praticamente monopólios de duas ou três empresas, não sendo permitido pelos dogmas neoliberais a participação do Estado nessa competição injusta. No maioria das vezes tem os mesmos valores (trustes e cartéis de preço) e os mesmos problemas.

2.
Quanto mais escancarado e escandaloso é um fato, mais ele passa desapercebido e se esconde.
A dívida "pública" (antigamente chamada de dívida externa) é um roubo legalizado. A maior das corrupções e um vínculo moderno de escravidão econômica e política. É a maneira como o capitalismo encontra pra se manter na sua atual fase histórica, institucionalizando o saque das nossas riquezas.
Não há como resolver nenhum problema do país sem resolver o problema da dívida "pública", incluindo saúde, educação e a própria independência nacional. Nenhum partido de direita debate isso.
Ao contrário: pra eles tudo isso é natural. PSDB, Democratas, MDB, PSL, Partido "Novo", Solidariedade, PP, PPS, PTB, PDT, PSB, Rede, etc., não apenas querem nos fazer crer que não existe vida sem submissão e escravidão ao mercado, mas trabalham dia e noite pra garantir que o Estado seja o fiel pagador da dívida "pública" (eterna) para o sistema financeiro. O PT no poder não foi capaz de enfrentar esta lógica: a dívida seguiu aumentando horrores nos seus governos.
É por tudo isso que entra governo e sai governo e nenhum problema social é resolvido. Discurso eleitoral não bate com a prática de governo!

3.
Os políticos neoliberais da direita, influenciados pelos seus amos da Escola econômica de Chicago, inventaram os dogmas (quase religiosos) de que o Estado não pode intervir na economia. Se um governo de um país semi-colonial decide investir num setor social, logo sofre os ataques ininterruptos da imprensa a soldo do grande capital e imediatamente sofrem embargos e boicotes. Chegam ao absurdo de acusá-lo de "socialista" ou "comunista", mesmo que tenham convivido pacífica e, até mesmo, subordinadamente à iniciativa privada (como foi o caso dos governos petistas). As agências de classificação de risco (totalmente controladas pelos interesses imperialistas) lançam seus boletins de terrorismo psicológico para anunciar o apocalipse.
É preciso ser dito que aqui não operam "leis econômicas" inconscientes, mas a política econômica do imperialismo mais consciente e mais nefasta possível. A dívida "pública" e o sistema financeiro tem uma única finalidade: transferir recursos públicos e a riqueza nacional diretamente para o bolso dos grandes magnatas e banqueiros para sustentar o seu parasitismo improdutivo e gerador de miséria nas amplas massas.
Não é possível tolerar nem por um segundo mais este tipo de velhacaria econômica, que tem a única finalidade de manter a dominação política e a exploração do trabalho. Ao contrário disso, é apenas estes candidatos e partidos que recebem o maior destaque e o maior impulso nas eleições de outubro.

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