quinta-feira, 12 de março de 2015

O duplo

Os protestos contra o governo Dilma (PT), impulsionados pela oposição de direita (PSDB), encontram eco em parte da população, sobretudo em razão da desilusão com os governos do PT, com a sua tergiversação oportunista, com a sua degeneração eleitoral e burocrática, em suma, com a sua semelhança com o governo FHC (PSDB). O impeachment, a despeito da empolgação ingênua ou da maldade consciente, provavelmente não ocorra. E isso por vários motivos: o principal é que não há correlação de forças plenamente favorável para isso. Então, a oposição de direita, sem nenhuma moral para isso, se centra no desgaste político do governo federal e na sua base de sustentação política, visando 2018 e o tencionamento à direita das políticas federais: mais privatizações, mais entrega do patrimônio público, mais ministérios para os nomes do grande capital (segundo a Revista Veja “Levy está isolado”), privatização total da Petrobrás. De volta ao poder, a oposição de direita vai fazer tudo o que critica no atual governo e preparar outros "pacotes de maldades". É preciso romper o círculo vicioso!

A pressão não tardou a surtir efeito! Dilma rapidamente foi à TV anunciar mais concessões à iniciativa privada (novas privatizações de portos, aeroportos, ferroviais, rodovias, etc. – mas a Petrobrás ainda não!) para acalmar a sanha da velha "direita", com quem o PT tem comunhão de práticas e identidade nos métodos. Paga o preço pelo seu reformismo às custas do suor e do aumento do sofrimento dos trabalhadores (como sempre!). Estas "concessões" devem aprofundar o seu desgaste porque atacam duramente o povo pobre.

Ainda existem as relações internacionais, que são determinantes! O governo Dilma se aproxima dos dólares chineses, o que desagrada o imperialismo ianque e a velha elite brasileira, deveras entrelaçada e dependente dos dólares norte-americanos (que em razão da crise agora vem a conta gotas; para "reabrir a torneira" é preciso novos cortes e concessões – as velhas “garantias” do FMI).

No meio desse mar de interesses políticos e econômicos é preciso analisar os fatos com consciência de classe. Os trabalhadores estão esmagados pela disputa de dois setores burgueses imperialistas e nacionais. O “bolsa família” não apaga o “bolsa banqueiro” e nem a macro política econômica petista, que é idêntica à dos tucanos (aqui está o centro da questão!). Neste momento histórico o PT está pagando o preço da capitulação à estratégia reformista. Como se atolou até o último fio de cabelo no jogo democrático-burguês que decidiu jogar, dança qualquer música de desgaste político que a oposição de direita resolver tocar. Esta, por sua vez, trabalha conforme o interesse do amo imperialista do norte, que quer mais sacrifícios para sanar a sua crise econômica internacional.

Em conluio com a elite nacional, eles dizem: – Chega de brincar de “governo popular”! Basta de falsificações! Queremos sangue do nosso sangue! O “deus-capital” não pode mais esperar!

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