quinta-feira, 14 de maio de 2020

Preparação


Superar a crise do movimento comunista brasileiro requer ligação às massas operárias e trabalhadoras no campo e na cidade - para avançar na formação do partido comunista e todas ferramentas necessárias à revolução socialista brasileira.
Uma contribuição ao debate proposto por “Combater a crise de direção requer paciência e propostas realistas: algumas ideias para avançar na ‘unidade’ da esquerda revolucionária” -  http://conscienciaproletaria.blogspot.com/2020/04/combater-crise-de-direcao-requer.html
Este texto, que tem a mesma quantidade de partes e estruturação do supracitado, é dedicado ao primeiro círculo de leitores no qual foram enviadas suas partes incompletas e que prontamente responderam com comentários na maioria das vezes fortemente críticos, e com isso, apoiaram essa difícil proposta. Em especial, este texto inicial tem sua dedicatória à Eduardo Cambará e sua família, ao grupo Esquerda Comunista do Brasil e ao CTCCP (Comitê dos Trabalhadores Contra a Crise e a Pandemia).

1) Introduzir à política operária.
Estamos diante de um ciclo de crise capitalista e de uma pandemia de coronavírus como nunca antes ocorridos. Seus desdobramentos estão em aberto: podem ocorrer manifestações, greves e levantamentos mais ou menos espontâneos por parte da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, e isso não apenas no Brasil, dado que temos baixo nível de salário, desemprego, informalidade e graves problemas na saúde; ou mesmo podem ocorrer ordenamentos pela força repressiva, mais corte nos direitos trabalhistas e aprofundamento das medidas de austeridade fiscal. Assim, nem sempre a crise (agora com pandemia) resulta num ascenso do movimento operário e na organização de seu destacamento avançado, ou seja, na formação de uma vanguarda partidária comunista.
Nessa mistura de capitalismo, crise cíclica e pandemia, a última não é a sua causa, pois a acumulação de capital tem regularmente ciclos de superprodução (crescimento da produção econômica seguida de depressão), que no geral resulta em novas dinâmicas (que não marcam o fim do crescimento das forças produtivas), sempre sujeitas à luta de classes. Nessa crise cíclica, que começa em 2007, acentuadamente 2008, entramos na sua chamada terceira fase, na qual entre 2008 e 2019, o capital fictício quintuplica e a produção de mercadoria e mais-valor tende à estagnar, pois há mais investidores para dividir o capital total. A forma de conter essa tendência à queda da taxa de lucro é acelerar o tempo de rotação do capital e intensificar a exploração do trabalho (reestruturação produtiva, flexibilização até uberização). Nisso, a lógica de produção e apropriação, inverte-se com o predomínio do capital fictício entre outros capitais, principalmente financeiros. Esta é a saída encontrada após a crise dos anos 60/70, no qual cresce a massa de capital sobretudo fictício, até que na depressão do ciclo, o Estado passa à comprar títulos, salvar bancos e ajudar empresas, que estão com excesso de capital. Para desenvolver esse neoliberalismo, são aplicados ajustes fiscais com redução de gasto em saúde, educação e outros, lançamento de títulos da dívida e estruturação das reformas trabalhistas, administrativas e previdenciárias. Enfim, não é o vírus que causa a crise de 2020, a mesma já vinha desenvolvendo-se até encontrar esse fator detonador, onde nas projeções do FMI, o crescimento econômico mundial pode ficar em até 5% negativos.
Cabe ainda ressaltar, que medidas estatais anticíclicas como programas intervencionistas, monetários e auxiliares, em nada significam romper com a economia política burguesa, e que seu custo tende a ser repassado no futuro, em algum ultraneoliberalismo aplicado sobre a classe operária e os trabalhadores, dependendo muito das lutas que venham à ocorrer. E que precisamos reconhecer os limites das revoltas até então ocorridas na América Latina (Chile, Paraguai, etc.) e mesmo das que ocorreram no Brasil em 2013, bem como que o Estado democrático burguês e o governo brasileiro bolsonarista vem tomando medidas e discursos conservadores, que cada vez mais são economicamente neoliberais e incapazes de conter os efeitos da crise. Logo, explosões e movimentos espontâneos são como espoleta sem pólvora, e na medida em que não avançam nos interesses da classe operária, se convertem para reação burguesa desaguando em leito morto.
Perante isso, fazemos esta versão de rascunho (número zero), do presente texto inicial com o objetivo de superar a atual crise do movimento comunista brasileiro (que é praticamente a forte ausência desta posição na luta de classes) através do método da imprescindível ligação com vida diária das massas no campo e na cidade.(1) E assim sendo, temos sim muito o que aprender com todos explorados das regiões do Brasil e começar a construir uma política comunista pelo exemplo, ou seja, firmar um estilo de prática de ligação direta com o operariado, a partir das lutas quotidianas e suas respectivas pautas programáticas existentes em cada local de trabalho, moradia, etc. Por mais simples que isso possa parecer, é exatamente esta a dificuldade do nosso trabalho de base a contar dos pertinentes problemas da classe operária. Fazendo isso,  das cumprindo esta dura tarefa, de separar o interesse operário do da burguesia e organizar uma política programática com independência de classe e aplicação de princípio e critério marxistas, podemos então avançar numa preparação para estratégia e tática comunista.
Todavia como vivemos num ciclo político de dispersão da esquerda em geral e de passividade do movimento operário, que está dominado por reformistas, conciliadores e pelegos, e como resultado disso, encontramo-nos num nível que sequer chega à ser do predomínio da reivindicação programática sindical e econômica, conforme ocorreu em ciclos no passado. Assim em 2018, por exemplo, ocorreram 1453 greves em todo Brasil, sendo 81% de caráter defensivo, isto é, pela manutenção de condições vigentes e descumprimento de direitos, e dentro desse pequeno universo, apenas 40% obtiveram integralmente suas pautas e 36 greves atingiram uma participação acima de 1000 empregados. Esses dados são um grande problema e também um desafio à  todos grupos e ativistas independentes, que compõem a esquerda e o movimento sindical. Ao participarem desta proposta de preparação, cada um com sua trajetória de posições, debates e práticas, que são importantes na medida em que não estejam desligadas da luta dos explorados e nem contrárias à organização da sua vanguarda. Contudo, o partido comunista não se constitui com “todo o povo” e muito menos com a arregimentação, sem princípio e nem critério comunista, entre pedaços alheios, que muitas vezes acabam reproduzindo a experiência do partido reformista e suas tendências.
A questão é que, um partido comunista se forja no meio da classe operária, para assim acumular forças pela prática na luta de classes e pelo exercício de crítica/autocrítica, e com isso, posicionar-se exemplo, concomitante tanto na luta do trabalho contra o capital quanto no movimento comunista. Ressaltando ainda que, é um grande erro, a concepção de primeiro se eleger para direção de sindicato, primeiro ter numérica oposição sindical, primeiro publicar jornal de grande edição, redação e tiragem, primeiro debater puramente até resolver seja qual for teorização, e assim, somente depois disso tudo esgotado, tomar parte da luta de classes e reunir a vanguarda em formação. Igualmente tão errôneo é priorizar a eleição de parlamentar ou governante, propagar greve geral, conselho ou outra fórmula que seja supostamente universal para qualquer situação indistintamente. Num e noutro caso, o suposto partido comunista será uma caricato distante da classe operária e retrocedente ao profundo idealismo. Logo, a proposta é de superar a crise do movimento comunista pela ligação às massas exploradas, e nesse caso específico, partindo de um espaço de agregação dos grupos e ativistas independentes, depois para um formato de coordenação, e em seguida para uma centralização que vai do pré-comitê até o partido comunista. Entretanto mais uma vez, a dificuldade consiste em que este não é um processo usual, no sentido de que sequer fora experimentado e não há ainda nem mesmo um acúmulo político-ideológico compartilhado entre os possíveis participantes. 
Ao longo da história do Brasil o movimento operário passa por diferentes ciclos. Começa com o anarco-sindical (circunscrito à questão confederal, urbana e greve geral), depois aplica o democrático-nacional (aliança com burguesia progressista, resíduo de formação feudal, etapa de democracia, etc., mas que em linhas gerais tem duas táticas opostas, que foram a pacífica e a violenta), e por último, desenvolve o democrático-popular (frente ampla, cidadania, lutas prioritárias nas ruas, praças e espaços públicos, políticas sociais compensatórias e novo desenvolvimentismo, mas que em geral, restringe-se à tática pacífica, eleitoral e conciliadora). Em grosso modo, numa breve comparação histórico-geográfica, o atual descenso do ciclo político democrático-popular, é parecido com o processo revolucionário russo entre o final do século 19 e o início do 20, no qual pequenos grupos eram divididos e limitados, praticando ação militante de forma artesanal, entrando muito mais numa disputa jornalística entre si, do que de revolucionários profissionais com ligação à luta de massas operárias e camponesas.
Por outro lado, quanto à questão da esquerda, ressaltamos que a mesma não significa sinônimo de classe operária e muito menos de comunismo, pois historicamente a esquerda surge como uma ala parlamentar nos primórdios das revoluções burguesas. Então, com o nascente movimento operário e o socialismo utópico-burguês, a esquerda passa a abranger novos ideiais e lutas, porém não restringindo-se à isso, já que persiste até os dias de hoje, esquerda democrata, progressista, nacional, religiosa,  identitária e entre inúmeras outras. Todavia, desde o Manifesto do Partido Comunista de 1848, está teorizado no moderno movimento operário, que esta questão não pode ser resolvida pela proposta de assentir toda e qualquer esquerda (chamadas de socialismo corporativo, agrário, reformador, anárquico, cooperativo etc. no tempo de Marx e Engels), mas sim que a questão é unir a classe operária, a partir de uma prática com programa revolucionário dirigido pelo partido comunista. Acordando nesse entendimento básico, fazemos uma importante demarcação perante a esquerda em geral, e também consideramos que, a sua coalizão genérica significa nada mais do que uma frente popular burguesa, política essa que há mais de 80 anos vem causando pilhas de derrotas. Consequentemente, reivindicamos publicamente a nossa política enquanto sendo de uma esquerda militante social, classista, revolucionária, e enfim numa palavra definitiva, comunista.
Desta maneira, como a história da luta de classes não se repete e nem se faz por encomenda, os diferentes ciclos políticos do movimento operário brasileiro precisam ser mais avaliados e debatidos, com crítica e autocrítica do ponto de vista da política operária.

2) Caracterizar esquerda e movimento operário no século 21.
Diferentemente de uma situação de crise revolucionária, quando os exploradores não conseguem governar e os explorados não querem continuar a serem governados por eles, mas muitas vezes ainda não tem força suficiente para derrotá-los, nessa crise/pandemia que é uma das maiores da história, podem ocorrer desde revoltas, ordenamentos ou até diversas formas intermediárias ou não, pois tudo depende da correlação de forças entre as classes sociais.
Assim, temos atualmente no Brasil, uma ampliada frente de partidos de esquerda formada historicamente dentro da legalidade do Estado burguês (PT, PSOL, PCdoB, PCB, PSTU, PDT, PCO, UP, PSB...). Estas siglas conjuntas de esquerda e centro-esquerda eleitoral cometem muito mais que erros, principalmente por serem em sua maioria integrantes da estratégia democrática-popular e sendo por isso contrárias ao interesse da classe operária, e o que é pior, negam abertamente o programa e a ideologia comunista, já que não tem nenhuma estratégia de ruptura com o Estado burguês e latifundiário, e são em última instância, a sua própria manutenção, uma vez que relegam-se cada dia mais da emancipação operária.
Além disso, existe todo um leque de coletivos, tendências e pequenos partidos sem registro (PCR, PCML, PRC, UCB, URC, PCLCP, jornais, coletivos, comunidades de redes sociais e incontáveis outras formas), que trabalham, em linha geral, naquele método que chamaremos aqui de “adesismo” artesanal, pois consideram que o partido da vanguarda operária está construído ou mesmo em construção, e por causa disso exigem uma completa submissão da militância que aproxima-se de tal ou qual estratégia, tática, programa, jornal, sítio, base, direção… Esta esquerda (em que é praticamente impossível citar aqui todas as suas formas organizativas), ainda que não legalizada pelos tribunais eleitorais e mais ou menos crítica do democrático-popular, muitas vezes recorre à uma política medíocre de propaganda, plenária e debate circular, onde fazer ligação direta com as massas operárias e trabalhadoras pode ser considerada alguma espécie de rebaixamento movimentista, basista, espontaneísta, minimalista. Nessa esquerda todavia, há também aqueles que tem algum método efetivo para o trabalho de base inserido na frente de massas, porém recaem desde o ultimato (fora governo, greve derradeira, sindicalismo paralelo, guarnição camponesa, pseudo conselho etc.), até o etapismo popular (poder popular, democracia popular, autogestão popular, projeto popular, frente popular, governo popular etc). Desta forma, compõem na prática quotidiana, a certificada negação do princípio marxista e da ditadura do proletariado.
Isso tudo, porém, não significa que estamos fechando as portas do debate e tampouco que ignoramos a piori qualquer forma de luta legal e ilegal, mas sim que buscamos aprofundar politicamente numa perspectiva de balanço crítico e autocrítico da história do movimento operário e do espaço da esquerda, com objetivo de criar - pelo menos uma possibilidade - de superar os principais problemas apontados, através do método de ligação à luta operária existente nesse quarto de século 21.
Ao mesmo tempo é importante ter uma prática militante e uma análise concreta da situação concreta, onde modo de produção, classe social, Estado, governo e outros elementos fundamentais sejam definidos. Onde materialismo dialético, materialismo histórico, crítica da economia política, estilo de militância, programa reivindicatório e revolucionário, sejam aplicados, estudados e ensinados.
Onde nesse tempo de maré baixa, ressaltamos as quatro causas descritas por Francisco Martins Rodrigues, para demarcar o movimento comunista (que é parte do movimento operário e da esquerda): a primeira é a “concentração preferencial dos esforços”, que no caso brasileiro, pode ser diretamente na classe operária industrial e logicamente também  nos trabalhadores assalariados instruídos, que tenham alguma experiência de organização política; a segunda é a superação da divisa no qual “o trabalho proletário se resume às reivindicações econômicas e que entrega à pequena burguesia progressista a direção da luta política”, pois o programa comunista precisa envolver todas pautas atuais da luta de classes (questão de imigrante, mulher, negro, comunicação, etc.) com a centralidade do movimento operário; a terceira consiste na “utilização dos sindicatos, comissões de empresa, associações diversas” no enfrentamento de classe contra classe e estando pronto para ações radicalizadas das massas; e quarta é uma crítica à “miragem de conseguir pelo parlamento a visibilidade e peso político que não se consegue no duro trabalho de mobilização direta das massas” onde é um gravíssimo erro transferir o centro da política comunista dos comitês de greve, ocupações, cooperativas etc. para as disputas eleitorais, executivas e parlamentares.
Assim, caracterizar a esquerda e o movimento operário, estipulando quem são os inimigos e quem são os aliados, teorizar cada uma das situações conjunturais, e projetar quais são as tarefas que devem ser realizadas e as que devem ser relegadas, são de suma importância para a luta de classes.

3) Preparar um novo estilo de militância.
Nesse começo de século 21, há por fora da atual esquerda burguesa (PT, PCdoB, PDT…), milhares de ativistas independentes e centenas de agrupações (pequenos partidos, pequenos jornais, pequenas comunidades eletrônicas, pequenos grupos ativistas e grandes quantidades de mulheres e homens militando soltos por aí...), que fazem movimentações regulares, contínuas e frequentes, como por exemplo: oposições sindicais, círculos marxistas, participações em manifestações, ocupações rurais/urbanas, ligas feministas, greves nos locais de trabalho, panfletagens em datas combativas, debates de formação etc. Toda essa militância independente e espalhada pelas regiões do Brasil (sul, sudeste, centro-oeste, nordeste e norte) precisa entrar em contato e acordar fundamentalmente na importância dos seguintes três critérios:
- organização político-partidária da classe operária totalmente independente da burguesia;
- guerra revolucionária de classe até insurreição e ditadura do proletariado;
- frente única classista a partir dos existentes movimentos sindicais e sociais.
E a partir da aproximação desse acordo pelos critérios comunistas, que tem enquanto ponto programático fundamental a definição do caráter da revolução brasileira como sendo socialista (isto é, de fase inferior do comunismo ou ditadura do proletariado), que mesmo com todas diferenças primárias, legítimas e possíveis, inclusive persistentes no decorrer da luta de classes e respectivos debates, consideramos que podemos tentar mesmo assim avançar para a construção de uma política comunista inserida nos movimentos das massas operárias e trabalhadoras. Logo, nosso objetivo consiste primeiramente em abrir um espaço de preparação da organização política para os militantes independentes e agrupados que intervêm, de uma forma ou de outra, nos movimentos sindicais e sociais, e que tenham noções de combate ao oportunismo, centrisimo, conciliacionismo e eleitoralismo. De preferência, em processo de ruptura e desfiliação relacionada à CUT, CTB, UNE, UBES, MST, Conlutas, Intersindical, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, FNMT e afins.
Posto isso, quanto maiores são as nossas tarefas mais necessárias tornam-se os nossos contatos pelo Brasil e pelo mundo. Assim torna-se indevido promover afastamentos prévios somente por um termo, ponto e vírgula (ou por meras disputas de aparatos). Pois mesmo que existam inarredáveis divergências, antes e depois da preparação dos militantes agrupados e independentes, estas serão debatidas e resolvidas pela prática na luta de classes. E não formalmente com meras polêmicas abstratas, colocações de citação teórica e falácias de autoridade política. Consideramos ainda que, apesar de tudo isso, ainda persiste nos grupos e militantes independentes, o julgamento precipitado de estarem prontos, experimentados e acabados. Com isso, romantizam de antemão como se fossem direções ainda desconhecidas mas que em breve passariam por uma futuro  crescimento explosivo, até tornar-se um novo partido de quadros ou de massas, em geral predestinados à copiar o mais fielmente possível tal ou qual processo histórico russo, chinês, cubano, venezuelano.
Outro erro recorrente consiste na política de fazer pueris exigências às grandes centrais sindicais e aos partidos políticos de massas, lançando uma série de palavras de ordem simplesmente mirabolantes, que muitas vezes terminam numa política de apoio às direções conciliadoras de tais centrais, movimentos e partidos. Nesse sentido, ao invés de tentar organizar uma política independente de classe ou intervir com força própria na luta operária existente, acabam indo à reboque de tais frentes políticas burguesas, que não levam a nenhum resultado acumulativo para o movimento operário, redundando numa completa ou parcial subordinação.
Portanto, um novo estilo de militância precisa o quanto antes acordar sobre os três critérios e centralmente sobre o caráter da revolução socialista, pois estes são requisitos fundamentais para superar a crise do movimento comunista em ligação às massas operárias e trabalhadoras das regiões brasileiras.

4) Abrir um espaço de ação crítica e autocrítica no meio da luta de classes.
Ao reproduzir a política dominante na esquerda e no movimento operário, onde há atualmente mais de 10 centrais sindicais legalizadas ou não no Ministério do Trabalho (CUT, FS, UGT, CTB, CSB, NCST, Conlutas, Intersindical CCT, Intersindical ILCT, CGTB e Pública), além das pequenas centrais/correntes independentes (FOB, COB, ANT, LO, RPS, UC...), estaremos aceitando suas práticas próprias de um espaço político estabelecido, onde raramente há uma aproximação baseada em algum princípio comunista, com debate das posições, intercâmbio das experiências militantes, leitura e resposta dos documentos, tentativa de ações conjuntas etc. Repete-se assim, a lógica do sindicalismo econômico e da esquerda eleitoral, mesmo que com o sinal invertido, e isto vem ocorrendo porque muitos ativistas da militância independente e agrupada tem origem democrática-popular ou fazem cotraponto ainda disperso. Agora precisamos superar e avançar na luta de classes, assim é preciso tirar a roupa velha e vestir a nova. Temos que desenvolver métodos inovadores de aproximação, usar formas e tecnologias atuais de participação, e dispor do máximo esforço para ligarmo-nos ao movimento operário. Nisso, não recomendamos jamais abandonar as experiências históricas do movimento operário internacional, mas também não podemos tratar dessas questões como um dogma. Assim não basta saber a história do movimento operário e camponês de Rússia, China e Moçambique, sem sequer conhecer, por exemplo, onde fica o distrito industrial da cidade e suas respectivas lutas, sindicatos e formas de organizações existentes. E o mesmo vale para zona rural, centro comercial, conglomerado de serviço, instalação portuária, polo petroquímico, etc. Além de que, não podemos agir precipitadamente como se desde já fossemos um partido comunista finalizado, pronto e completo, pois temos a tarefa de analisar a história com crítica e autocrítica, de lutar para a transformação (e não romantização) da realidade concreta.
Por conseguinte, ou desenvolvemos novas formas de nos relacionarmos, levando as diferenças em conta, ou estaremos condenados ao adesismo, acriticismo, entrismo, exigencialismo, isolacionismo entre outros erros tão frequentes. Busquemos, antes de mais nada, a nossa ligação com as massas operárias e a partir disso, promover uma agregação entre grupos e ativistas independentes do Brasil, como condição para uma posterior coordenação em nível nacional, com o objetivo da construção do partido comunista baseado no centralismo democrático. Não tem como fazer isso do dia para a noite ou em curtíssimo prazo, pois é necessária toda uma preparação para fundar o partido comunista, com instâncias de encontro, congresso, conferência, secretariado, comitê central, comitê regional e comitês de fábrica, além de uma maior definição de como atuar, de como analisar conjuntura e estrutura etc.
No entanto, como não podemos ignorar nossas diferenças político-ideológicas, vamos buscar solucioná-las pelo debate político e acima de tudo pela prática social. Prática esta que é o fundamento do conhecimento da realidade material e onde, na maioria das vezes, as divergências podem ser resolvidas com o seguimento da experiência do trabalho de base entre a classe operária e os trabalhadores na cidade e no campo. Nisso, sobre as pequenas organizações que contam com suficiente acúmulo teórico e prático para estatuir o centralismo democrático, da célula até direção, consideramos que são importantíssimas referências, porém durante essa preparação, muitos grupos e ativistas ainda não estão nesse nível ou mesmo sequer chegaram às mesmas conclusões sobre a formação do partido de vanguarda operária. Dessa maneira, inevitavelmente existirão diversas formas de atuação nos movimentos sindicais e sociais, que no decorrer do processo desta preparação, começam um pouco de cada vez participando, informando e apresentando-se, até que depois com uma maior integração entre os membros, iniciam uma coordenação para atuar em todo o território do Brasil. Durante essa preparação ainda, cada minoria não precisa seguir o voto da maioria, e somente depois de certo prazo de tempo estipulado e conhecimento para operar experimentalmente dessa forma, podemos encaminhar para uma fusão dos grupos e ativistas, com uma eleição geral do primeiro comitê provisório, entre outras divisões de tarefas, entre as quais, fazer a nucleação dos grupos e ativistas que vão se transformar em comitês locais (ou também conhecidos como células), até atuarmos plenamente de forma organizada no movimento operário.
Por conseguinte, agora temos que saber utilizar essas posições, experiências, teorias e práticas a nosso favor. O Brasil é muito grande, a classe operária e os trabalhadores têm enormes diferenças regionais, salariais, raciais e sexuais. Totalizamos quase 210 milhões de habitantes, divididos entre 8% de autônomos, pequenos e grandes proprietários, 22% assalariados, 21% desempregados, 18% fora da idade de trabalhar, 16% subempregados e 13% aposentados que não trabalham. Isto é, em termos absolutos, quase 50 milhões de assalariados, 45 milhões de desempregados e 30 milhões de subempregados, no qual, a classe operária e o conjunto dos trabalhadores ficaram com somente 21% da riqueza produzida, enquanto que o excedente foi destinado para lucro líquido, sistema bancário e Estado capitalista. Assim, ainda somos poucos entre os cerca de 193 milhões de pessoas que não são proprietárias dos meios de produção, e destes, mais de 80 milhões são explorados formais e informais. Apesar disso, temos pelo menos um ponto de acordo nos três critérios, centralmente no caráter da revolução social brasileira como de ditadura do proletariado, e que há milhões de brasileiros no conflito do trabalho contra o capital, que necessitam se unir sob o programa comunista. Para isso, a tarefa de preparação é abrir um espaço de crítica e autocrítica na luta de classes, levando em conta as diferentes experiências de intervenção nos locais de trabalho (panfletagens, piquetes, greves, paralisações e assembleias). Nessas ações, cada vez mais coordenadas entre grupos e ativistas independentes, que fazemos a ligação com as massas e organizamos o destacamento dos comunistas.

5) Esboçar propostas preliminares para prática nos movimentos sociais e sindicais.
         Segue uma lista com sugestões para o conjunto de grupos e ativistas independentes, que encontram-se espalhados pelas 5 regiões do Brasil, que é urbano (85% da população - menos de 1% do território), rural (15% da população) e também florestal (60% do território - menos de 1% da população sendo indígena), onde a população ativa de 2016 – IBGE (ou seja, o trabalho), distribui-se em: 7% agrária, 28% industrial e 60% comercial/serviçal, e o capital divide-se entre 52% improdutivo, 31% produtivo e 17% renda estatal. Assim sendo, as pré-propostas que estão em aberto para serem debatidas e praticadas são:
1. Formar inicialmente um grupo aberto de Whatsapp, com a participação de todos grupos e ativistas independentes que estão interessados nesse processo de preparação para superar a crise do movimento comunista pelo método de ligação às massas operárias e trabalhadoras, e assim avançar em rumo à formação do partido comunista e de outras ferramentas necessárias para uma revolução socialista brasileira. Tal grupo eletrônico é requisito para uma coordenação semi-presencial e presencial. Em todo caso, cada participante, seja pessoal ou grupal, mantêm plenamente sua posição própria em relação à maioria, pois consideramos que esse elementar respeito às divergências pode semear um centralismo democrático futuro, que se aplica na coordenação pré-partido e na centralização partidária, mas não na frente única de movimentos sociais e sindicais, onde a vanguarda comunista intervém. Assim, este grupo 1 vai ser administrador inicialmente por seus membros fundadores e posteriormente a administração passa a ser compartilhada entre os demais participantes, para não haver possibilidade de sabotar, deletar, etc. Por conseguinte, como o grupo 1 tende à reunir cada vez mais membros e isso resultar em alguma dispersão do debate e inclusive da prática, vamos formar um grupo 2 apenas para quem tenha maior incidência e acordo durante o processo de preparação. Este grupo 2 será a base para uma coordenação política efetiva e o grupo 1 para uma possível frente única no campo e na cidade. No caso de haver o ingresso de grupos culturais, intelectuais, artísticos e jornalísticos, é importante abrir o grupo 3 e assim sucessivamente.
2. Preparação não é eliminação da autossuficiência política, programática, propagandística ou prática de cada um dos grupos e ativistas independentes. Todos podem manter sua própria linha, embora buscando manter a relação e o debate no sentido dos critérios e principalmente no caráter socialista da revolução. A centralização numa única organização política e numa maioria deliberativa é o objetivo do resultado deste processo, e nunca um dever imposto artificialmente, que na maioria das vezes, não se baseia em nenhuma experiência concreta compartilhada na luta de massas operárias e trabalhadores no campo e na cidade. Assim vamos ter que partir de uma diversidade para uma unidade, e não o inverso.
3. Comunicar abertamente as posições dos grupos militantes, dos ativistas independentes e da maioria formada no grupo 1 do Whatsapp, por meio de publicações, agitações e propagandas, como por exemplo, foram os jornais e revistas “Movimento”, “Versus”, “Coojornal”, “O Metalúrgico” entre outros, publicados alternativa ou clandestinamente nos anos 60, 70 e 80, no qual múltiplas posições da esquerda e do movimento operário analisavam as pautas daquele ciclo e também debochavam do regime militar. Essa chamada imprensa marrom, contudo, em termos de política, na maioria das vezes sequer veio a ultrapassar o frente-amplismo democratizante. No mais, é importante criarmos um arquivo de materiais e clipagem de notícias, respectivos aos participantes do processo de preparação.
4. Proporcionar formações políticas, debates abertos e trocas de informações, em diferentes níveis, entre os participantes da preparação, tanto na modalidade presencial quanto à distância. Como existem muitos pontos à serem debatidos e dentre esses, os que são considerados como de maior importância pelos grupos e ativistas independentes. Assim, isso deve ser planejado e agendado, dentro e fora das redes sociais, por meio de circulares, inicialmente publicadas pelos primeiros participantes (do grupo 1). Como consideramos que consciência de classe não é posição de quem se julga portador da mesma e muito menos de quem tem educação superior, pois ninguém está livre da ideologia burguesa na sociedade de classes. Consciência surge das lutas nos locais de trabalho, estudo, moradia, etc., e assim, a política qualquer que seja ela, nasce do quotidiano e seus respectivos problemas, que determinam nosso pensamento. Logo, a ideologia tem uma base material (aparelhos, como estado, igreja, escola, partido, família, mídia) e a luta operária não pode limitar-se somente ao aparelho de propaganda (palestras, campanhas, redes sociais, jornais). A sobrevivência da massa explorada ocorre sob condições precárias, com trabalho infantil, violência contra a mulher e bico informal. Portanto, não há outro caminho a não ser aprender com a experiência de vida da massa explorada, de como enfrentar estes problemas e como fazer estas lutas. Temos assim que aprender e partir das formas de organização que os explorados têm. Sem isso, a militância por mais bem intencionada que seja, cairá em erro, como decidir sozinho qual problema e suposta solução, que pode resultar em pouco ou nenhum interesse da classe operária. Conhecer e transformar a realidade não é ler livros, mas investigar e participar da situação concreta da luta de classes onde se está inserido. É tomar parte da história dos camaradas, do bairro, do local de trabalho, da luta travada, da conversa sobre cada opinião e da avaliação da força inimiga. Formação política é toda essa experimentação, vivência e luta, junto às massas do campo e da cidade.
5. Assim como existem diferenças no movimento operário, na esquerda, e em nosso caso, entre grupos e ativistas independentes participantes da preparação, há também acordos e pontos em comum. Reconhecer e saber encontrar essas associações pode ser difícil no começo, mas é fundamental para constituirmos no Brasil uma política de esquerda comunista vinculada à luta de classes. Assim, uma vez que tenhamos acordo de maioria qualificada (bem mais do que 60% dos participantes), vamos aplicar essa deliberação na prática e partir para o próximo ponto que mais aproxima, e assim sucessivamente. Com isso, essa maioria formada pelos então grupos e ativistas independentes, passa a intervir cada vez mais de forma coordenada nos movimentos sociais e sindicais, sem nenhuma obrigação à minoria e com plena expressão de crítica e autocrítica pelos que atuam nas lutas operárias e dos trabalhadores.
6) Como somos poucos mas bons, isto é, militantes que vão melhorando com o andar do tempo e da experiência acumulada, prosseguimos para superar a nossa própria forma artesanal, solta e dispersa de atuar nos movimentos sociais e sindicais, e assim pouco à pouco, a maioria (grupo 2, que também está presente no grupo 1) vai projetar um desenho de mapeamento estratégico do Brasil para escolher um flanco onde podemos concentrar nossas forças e, com isso, priorizar a confluência da militância, para vir à ser o primeiro local onde vamos construir uma experiência política comum, de assumir a direção de comitê de fábrica, sindicato, associação etc. E no caso de termos algumas direções de oposição, sindicato e outra entidade, que é básico para uma política da frente classista, escolhemos uma dessas para fortalecer e servir de exemplo para todos militantes e simpatizantes. Esta é uma sugestão de implementação do trabalho de base, que precisa ser muito mais aprofundada e no qual não temos infalíveis “receitas de bolo”. 

* * *
Resumir e comparar nossa proposta.
Impor precipitadamente o centralismo democrático, antes da experiência e acumulação de forças entre os diversos grupos e ativistas independentes, pode ser uma ruptura no debate e na aproximação, que é de grande importância para constituir uma esquerda comunista no meio do movimento operário e dos trabalhadores. Nossa prática e teoria resultam de um longo processo de preparação, com altos e baixos, convergências e divergências, procedendo assim a partir do que cada coletivo e pessoa já vêm realizando na concretude das lutas do movimento operário. Nesse ciclo, colocar a carroça na frente dos bois, apenas pode contribuir para uma maior fragmentação, pulverização e esfacelação da esquerda crítica do democrático-popular e que busca avançar não só teoricamente ou distribuindo jornaizinhos, mas em ligação direta à luta operária.
Nisso, temos que aprender a considerar e atuar na diversidade de posições do movimento operário e da esquerda, aprender a reunir aqueles que têm acordo com a revolução socialista, aprender pela participação na luta da classe operária, aprender num processo de preparação para se construir como organização política centralizada democraticamente, aprender a ser um destacamento da classe operária, combinando ação de forma legal e ilegal. Atualmente, apesar das direções de PT, CUT, MST e UNE, consideramos que ninguém tem monopólio da direção operária, principalmente se combatido por não lutar pela revolução de caráter socialista. Pois, a política operária deve ser construída respeitando as diferenças existentes entre os explorados (sejam regionais, raciais, sexuais, culturais, etc.), e ao mesmo tempo, incentivando a sua mais avançada fração vanguardista (nos locais de trabalho, moradia, estudo, etc.).
Por fim, o conteúdo desse documento iniciou-se com o debate formulado em 06/04/20 pelo que ficou intitulado: Por uma Frente Nacional de Mobilização da Classe Trabalhadora”, que foi um documento propagado entre a esquerda e o movimento sindical, numa tentativa de agregar diferentes pessoas e coletivos independentes no território brasileiro. Assim, no documento dessa frente consta além de uma lista de propostas programáticas contendo pontos interessantes para classe operária, mas onde também há o seguinte posicionamento: “Chamamos a CUT e as demais centrais sindicais, sindicatos de base, MST, FNL, LCP, MTST, UNE, associações de bairros, movimentos de favela, etc., a batalharmos para organizar uma Conferência nacional”. Isso gerou a nossa oposição, pois não tem como fazer exigências às citadas organizações cutistas, sem-terras, populares e estudantis, que são dirigidas pelo democrático-popular, além de que, uma eventual congregação destas grandes entidades e movimentos, tende apenas em reproduzir a política conciliadora da Frente Brasil Popular e da Frente Sem Medo, que na recente plataforma de ambas reafirma por uma política econômica desenvolvimentismo do Estado burguês: “As propostas emergenciais aqui apresentadas visam derrotar o coronavírus no Brasil, proteger a vida humana, a economia nacional e as condições de vida nosso povo desde um ponto de vista democrático e popular. (…) Acreditamos que somente governos democráticos e comprometidos, em primeiro lugar, com os interesses do povo poderão levar adiante um verdadeiro projeto popular para o Brasil”.
E ainda antes desse documento da recém fundada FNMT, destacamos o debate precursor da “Carta aberta de trabalhadores independentes em defesa da reorganização da esquerda classista e combativa” de 28/01/19, no qual há trechos interessantes como de que as condições objetivas do capital ultrapassam as subjetivas do trabalho, que os pequenos grupos são em geral derrotistas e que explosões desarticuladas precisam de formas de organização, contudo clama por: “Uma frente de esquerda dos trabalhadores, que seja um polo de aglutinação das organizações, dos ativistas e dos trabalhadores que querem construir um foco de resistência efetivo aos ataques, rompendo com a passividade e imobilismo das direções petistas e psolistas, tendo como modelo aproximado a FIT (frente de esquerda dos trabalhadores, na sigla em espanhol, bloco de partidos de esquerda que se apresenta como alternativa aos partidos patronais, na Argentina)”. Mas em realidade, tal FIT é uma coligação eleitoral de partidos reformistas trotsquizantes (PO, PTS e IS), que limitam-se ao estatismo burguês, sendo que o próprio Partido Obrero declarou que tal programa frentista não passa de: “uma receita de estatizações e de nenhuma maneira o desenvolvimento do método que deve levar o proletariado a estabelecer um governo de trabalhadores”.
Para as considerações finais, esta é recém a proposta 1.0, que está aberta e precisa ser emendada, reescrita e alterada…

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Referenciar textos, citações, páginas e vídeos:

- Arquivo Marxista da Internet - Secção em Português. Francisco Martins Rodrigues.

- Anuário dos Trabalhadores 2018 - DIEESE.

- Crítica do programa de transição (em espanhol). Rolando Astarita.

- Projeto emancipação: crise do capital, ultraliberalismo e coronavírus. Marcelo Carcanholo.

- A atual crise do capitalismo e suas implicações: do mercado financeiro à classe trabalhadora. Marcelo Carcanholo.

- Anuário Estatístico do ILAESE: trabalho e exploração - o mapa da exploração do trabalho no Brasil. ILAESE.

- Balanço das greves de 2018. DIEESE.

- Coronavírus e capitalismo: o que tem haver? Gustavo Machado.

- Plataforma emergencial para o enfrentamento da pandemia do coronavírus e da crise. Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

- Programa de transição - a agonia mortal do capitalismo e as tarefas da IV Internacional. Leon Trotsky.

- Por uma frente nacional de mobilização. FNMT.

- Carta aberta de trabalhadores independentes em defesa da reorganização da esquerda classista e combativa. Esquerda Classista.

- Consciência de classe ou prática concreta? Elves Cunha.

Nota única:

(1) A atual crise do movimento comunista não é apenas uma crise de direção, mas também de base, que no conjunto em geral, constituem um todo que é o movimento operário e uma parte que é o partido comunista. Nisso, o programa transitório coloca o problema da crise de direção da seguinte forma: Em todos os países, o proletariado está envolvido por uma angústia profunda. Massas de milhões de homens lançam-se sem cessar no caminho da revolução., onde: Cada vez mais seus esforços desesperados para deter a roda da História demonstrarão às massas que a crise da direção do proletariado, que se transformou na crise da civilização humana, só pode ser resolvida pela IV Internacional.”. Contudo, diferente disso, as massas operárias predominantemente não estão movimentando-se para a revolução social e muito menos os partidários da IV Internacional conseguiram alguma vez sequer resolver esta questão, já que na realidade o movimento operário está dominado pela passividade, conciliação e despolitização, abertamente desde as frentes populares dos anos 30 até o ciclo atual, além de que, não estamos sob o fim do crescimento das forças produtivas nos Estados burgueses, enquanto supostamente ocorreria apenas o seu desenvolvimento nos ditos Estados operários degenerados no leste europeu, continente asiático e outras regiões (ou seja, não caracterizam-se enquanto transições para o socialismo que foi burocratizado por uma camada operária privilegiada, mas sim sociedades de classes sociais e luta de classes, no qual havia exploração do operariado por meios de produção estatais, até que com o revisionismo, passam pelo longo processo de reforma e privatização).

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Brasil, outono/quarentena do coronavírus (versão 1.0 de 10/05/20).

VALDOMIRO ROTTENBIER.

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