O historiador
britânico Eric Hobsbawm (1917-2012), consagrado pela mídia, pelas universidades
e, até mesmo, por setores da “esquerda” com o título de “marxista”, escreveu um
livro de sugestivo nome, chamado Como
mudar o mundo, onde tenta traçar uma evolução da teoria marxista desde o
século 19 até o 21. Hobsbawm foi membro do Partido Comunista Britânico até a
restauração do capitalismo na ex-URSS, por volta de 1991. Já antes deste
período, apresentava algumas críticas ao movimento “comunista”, o que não o fez romper com o PC. Apesar de ser crítico dos desvios stalinistas e do
marxismo dogmático, levou consigo as marcas do programa stalinista. Isso se
observa, sobretudo, em sua crítica incontida e injusta ao trotskismo, feita
sutilmente em quase todas as suas obras. Assim como alguns autores, procura não
bater de frente com o pensamento de Trotsky, embora o desmoralize sutil ou
abertamente sempre que possível.
Também parece incorreto considerar que
o seu método de análise da história seja o mesmo do marxismo; isto é, o método
que parte da luta de classes. Hobsbawm é um crítico do que ele chama de
“marxismo dogmático” e, nesta luta por supostamente renová-lo, joga a criança
fora junto com a água suja da bacia. É um “comentarista” da história, na qual
sempre acaba por apoiar capciosamente todo o tipo de social-democracia
(inclusive o PT).
Em relação à tentativa de “atualizar” o
marxismo para o século 21 não há nada o que se objetar. Uma revisão teórica é
sempre necessária e salutar, desde que observados certos critérios. Parece,
contudo, que Hobsbawm carrega uma série de preconceitos empresariais. Ao invés
de trabalhar para criticar o “marxismo dogmático” e as experiências
“socialistas” pela ótica dos trabalhadores, Hobsbawm inverteu a
lógica, colocando óculos empresariais. Um breve olhar crítico sobre as
principais teses do referido livro, elucidam posições que pretendem esvaziar o
marxismo do seu sentido revolucionário, retirando-lhe princípios elementares e dando
interpretações reacionárias para certas contradições do pensamento marxista.
***
É bem provável que Hobsbawm reflita as
condições materiais da Inglaterra, que desde o século 19 apresenta um
“operariado-burguês”. Esta conclusão é de Marx e Engels, que por décadas
estudaram a relação entre o movimento operário inglês e as particularidades
imperialistas do capitalismo inglês.
Em 7 de outubro de 1858, Marx escreveu
a Engels o seguinte: “O
proletariado inglês se aburguesa de fato cada vez mais; pelo que se vê, esta
nação, a mais burguesa de todas, aspira ter, no fim de contas, ao lado da burguesia, uma aristocracia burguesa e um
proletariado burguês. Naturalmente, por parte de uma nação que explora o mundo
inteiro, isto é, até certo ponto, lógico”.
Para além de “operários-burgueses”, a
Inglaterra parece ter formado também historiadores “marxistas-burgueses”.
1.
O marxismo foi fundado e mantido vivo
por revolucionários; isto é, por aqueles que estavam na linha de frente da luta
de classes. Hobsbawm é um historiador acadêmico. Ainda que tenha sido militante
do PC, sua visão do marxismo – e, principalmente, sua crítica a ele – reflete
esta condição. Para todos aqueles que fazem do marxismo um “guia para ação”, na
luta de classes não pode haver dogmatismo, nem menosprezo aos alertas sobre as
suas infiltrações burguesas, que pretendem lhe tirar a essência revolucionária
e transformá-lo numa espoleta sem pólvora.
Eric Hobsbawm (1917-2012) |
Uma dessas principais infiltrações
burguesas no marxismo foi o que Rosa Luxemburgo e Lenin definiram como
“reformismo”, cujo principal expoente, reconhecido até mesmo por Hobsbawm, foi
Edward Berstein, líder do Partido Social-Democrata alemão. O reformismo retira
a essência do marxismo: substitui a revolução proletária, a tomada do poder e a
ditadura do proletariado por uma estratégia meramente eleitoral, gradualista,
evolucionista vulgar; como se os trabalhadores pudessem ir elegendo
representantes que fariam modificações estruturais por dentro do Estado
burguês, até chegar o momento de uma mudança em benefício dos trabalhadores,
supostamente em direção ao socialismo. Todas as experiências reformistas na
história (em especial as Frentes Populares) não apenas falharam, como abriram
precedentes para uma reação sem tréguas por parte da burguesia. O atual golpe
do impeachment contra o PT no Brasil
(2016) é apenas mais uma triste confirmação.
Esta questão, portanto, não é menor
para o marxismo. A “atualização” pretendida por Hobsbawm, com a desculpa de
fugir do dogmatismo, modifica sua essência, muda a qualidade do objeto. De
revolucionário, o “marxismo” passa a tolerar a conciliação de classe, o
abandono da estratégia revolucionária, a aceitação da estrutura social
burguesa. Para uma vanguarda de trabalhadores conscientes, esta diferenciação
do marxismo tem implicações profundas nas táticas a serem adotados e,
certamente, um fim diferente para cada uma delas.
Hobsbawm afirma que “para Marx, o importante não era saber se os
partidos da classe operária eram reformistas ou revolucionários, ou mesmo o que
esses termos implicavam. Ele não via nenhum conflito, em princípio, entre a
luta cotidiana dos trabalhadores pela melhoria de suas condições sob o
capitalismo e a formação de uma consciência política que previsse a
substituição do capitalista pela sociedade socialista, ou as ações políticas
que levavam a este fim” (página 65). Aqui há uma imprecisão perigosa. É
certo que Marx nunca usou o termo “reformista”, pois este só foi introduzido
posteriormente no movimento operário por Rosa Luxemburgo, em sua luta teórica contra
a social-democracia alemã, sobretudo após 1900. Porém, toda a obra de Marx
atesta a sua luta por uma linha política revolucionária justa, fazendo a junção
entre as lutas cotidianas por melhorias e a consciência política que levavam ao
fim do capitalismo. Aliás, se o marxismo tornou-se uma referência para os
trabalhadores do mundo não foi por uma casualidade mística, mas sim por toda a
coerência teórica e política mantida por Marx e Engels, apesar de todas as suas
adversidades, contradições e erros.
Trotsky escreveu um livro específico
sobre o tema (que provavelmente deve ser conhecido por Hobsbawm), chamado Programa de Transição, que visa preparar
a vanguarda dos trabalhadores para fazer a junção entre o programa mínimo (a
luta cotidiana por melhorias) e o programa máximo (o socialismo; isto é, o fim
do capitalismo). Trotsky argumentou que os reformistas desejavam manter a luta
restrita a este programa mínimo, baseado no imediatismo e no espontaneísmo; os
sectários, por sua vez, levantavam apenas o programa máximo, sem se atentar às
questões diárias e imediatas. Os marxistas, segundo a análise de Trotsky,
precisavam fazer a junção dialética dos dois. Seria impensável um marxismo
dissociado da luta contra o imediatismo e o oportunismo.
Na passagem citada, Hobsbawm não
crítica os erros da teoria de Marx, mas os seus méritos. As polêmicas de Marx
com Proudhon, Louis Blanc, os diversos tipos de “socialismo” (expresso, sobretudo,
no Manifesto Comunista), a célebre polêmica com o professor Duhring, Lassale, os
chamados socialistas “verdadeiros” e os “utópicos”, bem como a sucinta, mas
profunda, crítica ao programa de Gotha do Partido social-democrata alemão,
seriam mero acaso em toda a literatura marxista?
A própria luta contra o “reformismo” –
visto como uma desvirtuação do marxismo – é uma correta tentativa de
“atualização” do marxismo para o início do século 20. Contudo, esta atualização
está no mesmo espírito com o qual o marxismo foi fundado e mantido durante o
século 19. Hobsbawm desconhecer ou minimizar esta diferença, a pretexto de evitar
dogmatismos, é bastante arriscado. É certo que existem profundas tendências ao
sectarismo e a uma visão mecanicista do pensamento marxista no movimento
socialista atual, embora estes problemas não estejam apenas no campo dos
“esquerdistas”, mas a quem pode beneficiar este relativização entre a visão
reformista e revolucionária do socialismo, como se pudessem ser a mesma coisa
para Marx?
2.
Outro grande defeito do pensamento de
Hobsbawm é a ausência (ou seu silêncio) a uma crítica séria ao stalinismo. Faz
o oposto da sua crítica em relação à obra de Marx: critica apenas os aspectos
secundários do stalinismo e silencia sobre os mais graves. Por décadas o
stalinismo se vendeu como o “verdadeiro marxismo”. Muitos intelectuais
burgueses e a sua mídia sabem bem que isso não é verdade, mas preferem propagar
e reafirmar esta falsa consciência. Hobsbawm tem perfeita clareza sobre isso,
mas não esmiúça estas falsificações, chegando em determinados momentos a
silenciar completamente. Em algumas passagens é bastante obscuro, hermético,
dúbio, endossando sutilmente esta compreensão. Seria isso uma forma de apoiar o
stalinismo subjacentemente?
Sempre que pode, Hobsbawm relembra o
número pequeno de adeptos do trotskismo. Afirma que “grupos marxistas
dissidentes” se sentiam atraídos pelo trotskismo, “mas esses grupos eram numericamente tão pequenos em comparação com os
principais partidos comunistas que essa atração era desprezível do ponto de
vista quantitativo” (página 239). Este trecho se repete em muitas outras
passagens do referido livro e de outros. Desmerecer um pensamento, um programa
político ou uma teoria pelo seu número de adeptos é um tanto contrário à lógica
da filosofia marxista. O próprio Marx morreu em uma época em que tinha poucos
adeptos, logo depois da dissolução da 1ª Internacional. Por mais importante que
seja o número de adeptos, o trotskismo deve ser medido pelo valor, profundidade
e coerência de sua crítica. Hobsbawm ignora todas as premissas da crítica
trotskista e parece ter preocupação apenas pelo aspecto quantitativo, tal como
os economistas burgueses que se preocupam somente com o crescimento do PIB e
não com a condição real de vida das pessoas – sobretudo das classes mais
pobres. Pior do que isso: Hobsbawm trata a teoria da “Revolução Permanente” (que foi a principal síntese teórica da experiência revolucionária russa) como “ultraesquerdismo”. E faz tudo isso para quê? Para apresentar a social-democracia - isto é, o reformismo - como “alternativa”.
O marxismo do nosso século é o
trotskismo; e Hobsbawm ignora isso solenemente. Quer “atualizar” o marxismo
renegando sua principal contribuição independente ao longo do conturbado século
20. É como querer falar da física moderna e excluir as polêmicas envolvendo
Einstein. Do ponto de vista político, é inegável que Trotsky foi um fiel
seguidor do método de elaboração de Marx e Lenin, enquanto Stalin, se
utilizando de um rótulo “marxista”, deturpou grosseiramente inúmeros princípios
dialéticos e políticos de ambos. Basta citar a questão do internacionalismo.
Deste verdadeiro escândalo, Hobsbawm estranhamente não tira nenhuma conclusão.
Este silêncio suspeito seria uma forma de apoio a Stálin?
3.
Ao contrário do que faz com Trotsky,
Hobsbawm, tal como a maior parte da esquerda institucionalizada na Europa e no
Brasil, derrete-se em elogios a Antonio Gramsci e à sua obra, dedicando a ele
dois capítulos inteiros do referido livro, enquanto não dedicou uma única
análise séria e refletida à obra de Lenin e Trotsky. Antonio Gramsci foi um
grande intelectual italiano, representante do Partido Comunista daquele país
que lutou contra a ascensão do fascismo. Ele seguiu combatendo mesmo nas piores
condições carcerárias, escrevendo e deixando um legado importantíssimo para o
pensamento socialista. Suas contribuições são notáveis, fazendo sínteses
importantes no campo da cultura, tendo um valor especial para os países do
continente europeu.
Apesar da sua grande contribuição na
questão cultural, sua estratégia política (as frentes populares) para o
“ocidente” se demonstrou uma grande forma de conciliação, que se traduziu em novas
traições políticas (republicanos na guerra civil espanhola, Mitterand na
França, PT no Brasil, e tantos outros). As frentes populares foram, na verdade,
propostas originalmente surgidas do próprio stalinismo, que Gramsci tomou como uma
original estratégia socialista para
os países do ocidente. Por mais que se procure em suas obras alguma proposta
estratégica diferente, sempre acaba-se encontrando a mesma “saída”: a
constituição de frentes populares (ou seja, a aliança entre a burguesia e o
proletariado).
O problema da obra gramsciana é que há
profundas lacunas que abrem perigosos precedentes ao oportunismo. Por exemplo,
analisemos a questão da “hegemonia” (termo caro ao pensamento gramsciano). É
óbvio que hegemonia do proletariado precisa crescer sobre a sociedade civil
para se quebrar a hegemonia burguesa. E isto precisa se dar antes, durante e
depois da revolução (isto é, da tomada do poder). A tomada do poder é apenas um
episódio que indica uma mudança de qualidade na luta de classes em prol do
proletariado. Após a tomada do poder um novo ciclo de construção da hegemonia
proletária sobre a sociedade se desenvolve em condições mais favoráveis. A
questão é: devemos abrir mão da tomada do poder se não tivermos a hegemonia
proletária totalmente construída na sociedade civil? Gramsci – apoiado por
Hobsbawm e por todo o pensamento reformista – parece indicar que não!
A sua conciliação no campo estratégico,
não anula a sua contribuição teórica no campo cultural, literário e mesmo no
campo político. Hobsbawm não diferencia estes campos, nem procura tirar maiores
conclusões. Gramsci é exaltado como o maior continuador do pensamento marxista;
ao mesmo tempo em que abafa e ignora as principais contribuições do pensamento
de Trotsky “pelo seu peso numérico”.
4.
É bastante corriqueiro na obra de Hobsbawm
o termo “colapso do comunismo” quando se refere ao fim da URSS. Não
casualmente, repete o termo utilizado incessantemente pela mídia e pelas universidades burguesas. O termo “colapso” significa a redução brusca de
eficiência, de capacidade (no caso de um colapso econômico); e a ruína, o estado
daquilo que está desmoronando, do que está em crise ou prestes a acabar (no seu
sentido mais figurado). Em todos os casos transparece a intenção de dizer que o
sistema colapsou em si mesmo, é ineficiente por natureza e não dá certo. Ora,
um historiador tão bem informado como Hobsbawm deveria buscar uma reflexão mais
profunda dentro do campo do próprio proletariado. Mas ele faz exatamente o
oposto, como já foi dito.
Ambos os termos amplamente utilizados
por Hobsbawm – socialismo real e colapso – foram criados e são utilizados
amplamente pela burguesia. Este “colapso”, na verdade, é uma isca para a
intelectualidade, pois tem duas raízes mais profundas que nunca são abordadas:
I - a burocracia stalinista, que se formou, cresceu e, por fim, dominou todo o
aparato do estado soviético de 1930 até 1991, desenvolvendo uma orientação
econômica catastrófica; e II - uma política aplicada por esta mesma burocracia
entre 1989 e 1991, chamada de Perestroika,
que teve a finalidade consciente de restauração do capitalismo, utilizando-se,
para isso, de um discurso de “aprofundamento do socialismo”.
Após a restauração do capitalismo na
URSS, leste europeu, China e Cuba, se abriu uma ofensiva ideológica que colocou
o “socialismo” como algo irrealizável e indesejável, tal como se fosse um
projeto de lunáticos. Por um lado, esta ofensiva se utilizava dos crimes
stalinistas e das demais burocracias políticas de outros países “socialistas”
como forma de assustar os trabalhadores (tal como fazem até hoje); por outro
lado, procuravam manipular sentimentos, informações e, se utilizando do
irracionalismo de amplos setores das massas, afirmava que o socialismo só pode
“ser isso”.
O “marxista” Hobsbawm, ao invés de
combater e desmistificar todas estas distorções, faz coro com elas, demonstrando-se
um historiador e um economista muito respeitável... para a burguesia!
5.
Não restam dúvidas que Hobsbawm é um
grande conhecedor da teoria marxista. Domina os principais nomes do movimento
operário de cada país europeu (e até mesmo mundial) que reivindicam o legado de
Marx. Suas construções históricas não seriam possíveis se ele não fosse um real
conhecedor da obra marxista. A despeito de toda a crítica que foi feita a ele
até aqui, a sua produção historiográfica (“A era das revoluções”, “A era do
capital” e “A era dos impérios”) possui valor e precisa ser conhecida por todos
os militantes e trabalhadores conscientes, ainda que com criticidade, ressalvas
e desconfiança.
Embora o livro seja uma grande
construção historiográfica, muito pouco contribui para se entender “como mudar
o mundo”. No geral, o capítulo intitulado “A
influência marxista (1890-1914)” é muito aborrecedor (literariamente
falando) e desconectado. Este capítulo e o restante do livro servem mais para
entendermos como adaptar uma teoria revolucionária à institucionalidade
acadêmica do que utilizar o marxismo como um guia para ação no sentido de mudar
o mundo realmente.
O fato de Marx e Engels terem falado no
Manifesto Comunista (1848) que o proletariado está predestinado a ser o coveiro
da burguesia e do capitalismo – e isto não ter se concretizado até o presente
momento – não invalida a análise e, muito menos, a dialética. Superar uma
classe na história não é um passeio no parque ou um pulo de gato, mas um longo
processo repleto de avanços e retrocessos. O marxismo é uma teoria viva. Apenas os
“dogmáticos” ou aqueles que têm interesse em desmoralizar o pensamento
socialista podem tratar esta afirmação como uma profecia religiosa e imutável.
Num ponto há que se ter acordo com
Hobsbawm: devemos combater o dogmatismo no marxismo! Mas como?
Todo e qualquer tipo de autoritarismo
ou dogmatismo devem ser estudados, dissecados; para logo a seguir serem
denunciados, rebatidos e superados. O stalinismo foi o campeão do dogmatismo.
Enlameou o nome do socialismo para os trabalhadores do mundo e vulgarizou no
mais alto grau o pensamento marxista. O trotskismo (e outras vertentes do
pensamento marxista) também apresentaram algum grau de dogmatismo, embora de
uma forma bem distinta do que foi o stalinismo. Hobsbawm teve todos os
elementos e possibilidades de reconhecer esta profunda diferença, mas
em todo o livro tende a tratar tudo como uma coisa só, e o pensamento
gramsciano como o “renovador oficial” do marxismo.
Combater o dogmatismo no pensamento
marxista deve levar em conta dois critérios fundamentais já levantados por Marx
e Engels:
I – Respeitar dialeticamente os princípios (sobretudo aqueles
confirmados pela experiência mais dolorosa da luta de classes) e renovar as
táticas;
II – Procurar ligar o marxismo a todo o
tipo de avanço científico que a humanidade conquistar (com especial destaque
para as descobertas no campo psicanalítico).
Em ambos os casos Hobsbawm deixa a
desejar. Os princípios escorrem pela latrina junto com sua severa crítica
ao “dogmatismo”. O seu livro, portanto, é um negativo; serve para demonstrar
como não mudar o mundo!
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