quinta-feira, 3 de março de 2016

Nota sobre uma revolução burguesa não realizada no Brasil ou sobre como as velhas soluções são apresentadas como novas

Tirar Dilma seria uma espécie de solução mágica. Tipo: shazam! Zupt! A Dilma está fora e tudo vai melhorar, o país vai progredir e os problemas da corrupção e do desemprego vão se resolver!
Me pergunto: quem pensa isso raciocina mesmo ou só segue uma inércia de 500 anos?
O governo Dilma tenta conter o refluxo e fuga de capitais e, sobretudo, a sua consequência principal: a desvalorização do real. Além disso, tenta atrair capitais às custas da venda do país: exorbitante taxa de juros e endividamento público. O PSDB não faria melhor! Somente um cego incorrigível pode não ver.

E por que PT e PSDB agem assim? Porque o Brasil não possui indústria própria, a não ser em setores secundários. Sua economia autêntica baseia-se em produtos agropecuários, petróleo e minérios. Esta é a herança colonial não superada, que a nossa débil (mental?) burguesia não resolveu com a "independência" e que a burguesia atual (representada por Aécio ou Dilma) não se propõe a resolver.

O Brasil não desenvolveu e nem desenvolverá - no capitalismo - uma indústria nacional. Está impreterivelmente atrasado! Os países centrais do capitalismo já o fizeram e no mercado mundial restou ao Brasil os produtos agropecuários, isto é, as matérias-primas, que vende aos países centrais a preço de banana e consome o deles a preço de ouro. Para romper esse círculo vicioso e criar um parque industrial só se estivéssemos avançando para o socialismo, o que, com o governo Dilma, está definitivamente fora de questão (os desequilibrados anti-comunistas, saudosos da ditadura militar, que me perdoem: o PT não é comunista!).

Não existem milagres, nem soluções mágicas, como quer a classe média descontente. Aos trabalhadores conscientes cabe saber separar o joio do trigo, não ouvir a ladainha sem fim da pequena-burguesia, e saber pensar e intervir na realidade com independência de classe para evitar "soluções" artificiais, cujo tiro sempre sai pela culatra e só prepara novas e piores crises.

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