quarta-feira, 14 de setembro de 2022

O atentado contra a vida de Cristina Fernandez de Kirchner: meu ponto de vista como operário pobre e consciente

 

A diferença política que nós, trotskistas, temos com o populismo, são imensas e irreconciliáveis, mas a tentativa de assassinato que sofreu Cristina Fernandez Kirchner na Argentina merece toda a nossa solidariedade como primeira medida.

A segunda é compreender que isto é a máxima expressão da luta de classes. Que temos que preparar, desde as organizações sociais, organismos de autodefesa.

As burguesias nacionais e internacionais, com suas políticas econômicas neoliberais, possuem um plano de desenvolvimento que é retirar todas as conquistas sociais alcançadas através de décadas de luta. Já o tem feito com saúde e educação, cortando investimentos, assim como na área de ciência e tecnologia.

Agora já se discute na Câmara de Deputados e no Senado a "reforma" da previdência, que está pronta para ser aprovada, aumentando a idade de contribuição da classe trabalhadora de 60 para 65 anos de idade.

Esse é o Estado burguês que combatem os trotskistas: a classe política, os poderes do Estado, a Igreja e forças da repressão (Exército/Polícia) que dão respaldo às políticas que atacam os direitos da classe operária. Os grandes meios de comunicação alimentam sistematicamente este projeto que defendem seus interesses econômicos e sociais. 

Nada de novo sob o Sol!

Os conflitos sociais tendem a aumentar e é necessário e urgente compreender a realidade em que vive o povo trabalhador, com desemprego, baixos salários e aumento da cesta básica. Pergunto: se pode ser apolítico vivendo este presente? Se pode acreditar em uma dita "democracia" ou "liberdade" quando as elites que nos governam nos condenam diariamente à escravidão econômica?

A tentativa de assassinato da vice-presidenta da Argentina pode ter muitas interpretações locais, que gerarão longos e extensos debates em toda a nossa região, mas, seguramente, o mais importante desse ocorrido será ignorado porque não lhes interessa debater.

Qual é o direito da classe trabalhadora de viver com dignidade? O direito e a necessidade de construir uma sociedade livre e igualitária, onde não existam privilégios, nem impunidade. Uma sociedade onde o ser humano tenha mais importância que as mercadorias e o consumo.

Nesta etapa da luta de classes, onde se disputa (quase silenciosamente) o controle de uma classe sobre a outra, cabe a nós, trotskistas, a tarefa de alertar, conscientizar e construir uma ferramenta de luta que una o conjunto da classe trabalhadora.


Artigas Osores, militante de base da Izquierda Socialista de los Trabajadores, sessão uruguaia da LIT-QI.

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