terça-feira, 24 de abril de 2018

Triste fim do "Estado de bem estar social"

Crescemos ouvindo que "socialismo não dá certo" e que "vira ditadura" (como se o sistema atual "desse certo"). Este foi o jeito típico da classe média assombrar as mentes independentes com o espantalho do "comunismo" ou, o que é mais correto chamar, dos regimes stalinistas.
Dentro desta propaganda espúria e cínica, usavam os exemplos do "Estado de bem estar social" europeu para demonstrar que se podia tranquilamente prescindir do socialismo, sendo preferível este tipo de "Estado" (que é um tipo de Estado capitalista) do que qualquer "aventura socialista". A esquerda reformista abraçou entusiasticamente a proposta. Alguns, delirantemente, chegaram a sustentar, repetindo como papagaios da grande mídia, que a Constituição de 1988 tinha criado um "Estado de bem estar social" no Brasil.
A restauração do capitalismo na ex-União Soviética e a crise econômica internacional iniciada em 2008 fizeram a farsa do "Estado de bem estar social" escorrer pela latrina. O ajuste fiscal foi aplicado em quase todos os países (inclusive na Europa) para liquidar com este "bem estar social".
Recentemente escrevemos sobre a atual ascensão da direita e da sua ofensiva contra o direito dos trabalhadores o seguinte:
"Para permanecer dentro da velha ordem capitalista mundial em decadência, sustentada pelos EUA, há que se entrar num regime social sem previdência, sem direitos trabalhistas mínimos; em suma, há que se destruir o chamado 'Estado de bem estar-social', que foi a forma encontrada pela burguesia imperialista para conter a luta pelo socialismo pós-segunda guerra mundial (ou seja, iam-se os anéis e permaneciam os dedos). Como não existe mais a União Soviética, a farsa de um 'Estado de bem estar-social' já pode ser abandonada."
Durante o século XX este "Estado de bem estar social" foi usado como forma de desviar a atenção dos trabalhadores da luta pelo socialismo. Fingiram uma "bondade" econômica que não era verdadeira e que, evidentemente, não podiam sustentar. Derrotado o "inimigo russo", o caminho está livre para reconstruir o "Estado de exploração total e de lucro ilimitado e incontrolável", sonhado pela burguesia inglesa desde meados do século XIX.

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