quarta-feira, 4 de abril de 2018

Sim, eles sabem o que fazem...

"Querida mamãe: de todas as pessoas que conheço, a senhora é a única que vai sentir mais, por isso meus últimos pensamentos são para a senhora. Não culpe ninguém mais por minha morte, porque eu mesmo escolhi minha sorte.
Não sei como lhe escrever, porque, mesmo tendo a cabeça clara, não consigo encontrar as palavras certas. Assumi meu lugar no Exército de Libertação, e morro quando a luz da vitória já começa a brilhar. Vou ser fuzilado daqui a pouco com 23 outros camaradas.
Depois da guerra a senhora deve exigir seus direitos a uma pensão. Eles lhe entregarão minhas coisas na prisão, só que estou ficando com o colete de papai, porque não quero que o frio me faça tremer. Mais uma vez, digo adeus. Coragem!
Seu filho,
Spartaco

(carta de Spartaco Fontanot, metalúrgico, 22 anos, membro do grupo resistente contra o nazi-fascismo, fuzilado em 1944).

O monstro está a crescer! Dia após dia!
Não basta o sangue de um Spartaco, querem o de outros...
Todo aquele que dissemina o ódio, que clama por intervenção militar, que acha que o poder do cassetete ou da bala de fuzil vai resolver mais do que o poder do investimento público, da educação, da ciência, da arte e da cultura, está a alimentar o monstro. E os rios de sangue do passado, assim como os futuros, estão a sair dos dedos daqueles que digitam ódio, exalam ódio e precisam desse ódio.
"Perdoa-os pai, eles não sabem o que fazem" (????)
Este falso conduto eterno não poderá mais esconder a sua culpa, emprenhada em você, disseminador do ódio, desde os fios do cabelo até o entranhado dos seus ossos.
Queimaram e assassinaram profetas, cientistas e livres pensadores no passado; para "rezar" por eles no presente; e seguir os crucificando no futuro. Rezam todo domingo pra Cristo "tirar os pecados do mundo"; mas estão a disseminá-los cotidianamente. Frustrados sexualmente que são, sentem prazer no fuzilamento; sobretudo daqueles que ousam falar daquilo que é proibido, daquilo que é livre.
"Deus" me livre disseminar essa peste sádica! Prefiro morrer.
Amor, trabalho e sabedoria são as fontes que movem o mundo. Saibam vocês, odiadores, disseminadores da peste sádica, que estão a matar os três sem piedade alguma.
Viva a resistência de quem luta, sempre com amor no coração!
¡A las barricadas! ¡A las barricadas! ¡No passarón!

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