quarta-feira, 25 de abril de 2018

Quem poderia se utilizar da fome dos povos do mundo como argumentos de ocasião?

Você responderia: uma pessoa sem caráter! Todos nós concordaríamos, embora nem todos iriam até as últimas consequências nesta conclusão. Baseado no seu tradicional método de desconsiderar as premissas de uma argumentação quando convém, a direita tem levantado (desesperadamente, diga-se de passagem) a acusação de que nos supostos "regimes socialistas" da Venezuela e de Cuba (sempre Cuba! Esta pequena ilhazinha que ainda hoje é uma pedra no sapato) o povo passa fome. Em alguns casos de mentes doentias, e mais desesperadas ainda, temos ouvido aquela infindável cantilena que "comunista come criancinha" (e isso, meus amigos, em pleno século 21!).

Ora, todos nós sabemos que o capitalismo é o principal responsável pela fome no mundo. Mais do que isso: produz muita comida, mas engendra, ao mesmo tempo, a fome em escala planetária. É preciso exemplos? Os nossos amigos da direita fariam bem em olhar um pouquinho mais à esquerda no nosso sub continente, para o Peru, o Equador, a Colômbia, o Chile, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o México, o Haiti! Acaso é o "regime socialista" que gera os esfomeados latino americanos, cuja presença é tão forte e tão marcante que se transformou num aclamado seriado de TV: Chaves (o menino abandonado que só sente fome)?! E o que falar da África, do Oriente Médio, da Ásia? Seriam uma realização?

E o Brasil? Acaso os esfomeados brasileiros, que se contam na casa dos milhões e que ocupam em grandes contingentes as ruas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, como um problema crônico, urgente e insolucionável dentro do atual regime "democrático", serão culpa dos "regimes socialistas" também? E os assassinatos de negros e negras nas periferias das grandes cidades do Brasil e dos EUA? Seriam crimes do "comunismo"?

Muitas mentes doentias, que sofrem com uma epidemia degenerativa, chamada de Peste Emocional (cujo ensejo prepara o fascismo), dirão que estão na rua porque querem. Acreditam eles não apenas no papai noel, no coelhinho da páscoa, mas, também, na mão invisível do mercado e na meritocracia! Para estes senhores, corrompidos e, talvez, incuráveis nessa corrupção moral, já tão desumanizados pelas suas "crenças" econômicas, os esfomeados da Venezuela, de Cuba, bem como as vítimas da fome da guerra civil russa (1918-1921), que nada mais foi do que o resultado da invasão de 14 exércitos imperialistas para derrubar e sabotar um governo revolucionário, valem mais do que todos os outros esfomeados dos 5 continentes juntos!

Que papel patético! Utilizando-se de métodos escusos, que vão desde o exagero desesperado até a ridicularização do argumento adversário justamente porque não podem respondê-lo, estes indivíduos estão definitivamente empenhados em puxar a roda da história para trás, defendendo o "cristianismo", a "democracia" e a "civilização". Pelo visto, além de "combater" seletivamente a corrupção, estes "cidadãos do bem" também combatem seletivamente a fome!

terça-feira, 24 de abril de 2018

Triste fim do "Estado de bem estar social"

Crescemos ouvindo que "socialismo não dá certo" e que "vira ditadura" (como se o sistema atual "desse certo"). Este foi o jeito típico da classe média assombrar as mentes independentes com o espantalho do "comunismo" ou, o que é mais correto chamar, dos regimes stalinistas.
Dentro desta propaganda espúria e cínica, usavam os exemplos do "Estado de bem estar social" europeu para demonstrar que se podia tranquilamente prescindir do socialismo, sendo preferível este tipo de "Estado" (que é um tipo de Estado capitalista) do que qualquer "aventura socialista". A esquerda reformista abraçou entusiasticamente a proposta. Alguns, delirantemente, chegaram a sustentar, repetindo como papagaios da grande mídia, que a Constituição de 1988 tinha criado um "Estado de bem estar social" no Brasil.
A restauração do capitalismo na ex-União Soviética e a crise econômica internacional iniciada em 2008 fizeram a farsa do "Estado de bem estar social" escorrer pela latrina. O ajuste fiscal foi aplicado em quase todos os países (inclusive na Europa) para liquidar com este "bem estar social".
Recentemente escrevemos sobre a atual ascensão da direita e da sua ofensiva contra o direito dos trabalhadores o seguinte:
"Para permanecer dentro da velha ordem capitalista mundial em decadência, sustentada pelos EUA, há que se entrar num regime social sem previdência, sem direitos trabalhistas mínimos; em suma, há que se destruir o chamado 'Estado de bem estar-social', que foi a forma encontrada pela burguesia imperialista para conter a luta pelo socialismo pós-segunda guerra mundial (ou seja, iam-se os anéis e permaneciam os dedos). Como não existe mais a União Soviética, a farsa de um 'Estado de bem estar-social' já pode ser abandonada."
Durante o século XX este "Estado de bem estar social" foi usado como forma de desviar a atenção dos trabalhadores da luta pelo socialismo. Fingiram uma "bondade" econômica que não era verdadeira e que, evidentemente, não podiam sustentar. Derrotado o "inimigo russo", o caminho está livre para reconstruir o "Estado de exploração total e de lucro ilimitado e incontrolável", sonhado pela burguesia inglesa desde meados do século XIX.

domingo, 8 de abril de 2018

A demissão

Para uma família: uma tragédia.
Para um patrão: alívio orçamentário.
Para a mídia e o governo: estatísticas e formas de terrorismo pra aumentar submissão, docilidade e produtividade nas ditaduras dos locais de trabalho.
Este é o sistema que "dá certo"...

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Sim, eles sabem o que fazem...

"Querida mamãe: de todas as pessoas que conheço, a senhora é a única que vai sentir mais, por isso meus últimos pensamentos são para a senhora. Não culpe ninguém mais por minha morte, porque eu mesmo escolhi minha sorte.
Não sei como lhe escrever, porque, mesmo tendo a cabeça clara, não consigo encontrar as palavras certas. Assumi meu lugar no Exército de Libertação, e morro quando a luz da vitória já começa a brilhar. Vou ser fuzilado daqui a pouco com 23 outros camaradas.
Depois da guerra a senhora deve exigir seus direitos a uma pensão. Eles lhe entregarão minhas coisas na prisão, só que estou ficando com o colete de papai, porque não quero que o frio me faça tremer. Mais uma vez, digo adeus. Coragem!
Seu filho,
Spartaco

(carta de Spartaco Fontanot, metalúrgico, 22 anos, membro do grupo resistente contra o nazi-fascismo, fuzilado em 1944).

O monstro está a crescer! Dia após dia!
Não basta o sangue de um Spartaco, querem o de outros...
Todo aquele que dissemina o ódio, que clama por intervenção militar, que acha que o poder do cassetete ou da bala de fuzil vai resolver mais do que o poder do investimento público, da educação, da ciência, da arte e da cultura, está a alimentar o monstro. E os rios de sangue do passado, assim como os futuros, estão a sair dos dedos daqueles que digitam ódio, exalam ódio e precisam desse ódio.
"Perdoa-os pai, eles não sabem o que fazem" (????)
Este falso conduto eterno não poderá mais esconder a sua culpa, emprenhada em você, disseminador do ódio, desde os fios do cabelo até o entranhado dos seus ossos.
Queimaram e assassinaram profetas, cientistas e livres pensadores no passado; para "rezar" por eles no presente; e seguir os crucificando no futuro. Rezam todo domingo pra Cristo "tirar os pecados do mundo"; mas estão a disseminá-los cotidianamente. Frustrados sexualmente que são, sentem prazer no fuzilamento; sobretudo daqueles que ousam falar daquilo que é proibido, daquilo que é livre.
"Deus" me livre disseminar essa peste sádica! Prefiro morrer.
Amor, trabalho e sabedoria são as fontes que movem o mundo. Saibam vocês, odiadores, disseminadores da peste sádica, que estão a matar os três sem piedade alguma.
Viva a resistência de quem luta, sempre com amor no coração!
¡A las barricadas! ¡A las barricadas! ¡No passarón!