As propostas de solução das crises financeiras e econômicas da burguesia brasileira são sempre as mesmas: cortar gastos, privatizar e demitir o serviço público. Ela não foi capaz historicamente de nos tirar desta debilidade econômica de sermos simples exportadores de matérias primas (commodities) para o mercado mundial, mera peça periférica do sistema; não é capaz hoje de pensar em uma forma de gerar renda a partir da própria economia nacional: é incapaz de falar em "industrialização". Não pode e não quer se chocar com o seu amo imperialista.
A burguesia brasileira e a classe média estão satisfeitas com esta condição medíocre. Sustentam aquelas falsas soluções. Fazem - através da sua mídia venal - toda a nação acreditar que temos que implementar o ajuste fiscal. Nem sequer debate a desindustrialização de setores inteiros da economia.
Devemos à pusilanimidade do governo José Sarney (PMDB) a renúncia à criação de uma poderosa indústria de informática. Com a abertura prematura desse mercado, as empresas brasileiras não tiveram como enfrentar a concorrência e os milhares de técnicos que estavam se formando emigraram.
A promissora indústria de telecomunicações e mineradora, cujos avanços tecnológicos já estavam rendendo royalties para o Brasil, foi entregue pelo governo FHC (PSDB) para o capital privado a preço de banana. Para tal, ludibriaram, enganaram e humilharam o povo.
O governo Lula (PT), e todos os antecessores deste, prepararam as bases da destruição da não menos promissora indústria aeronáutica (ramo na qual a Embraer ostentava, em 2009, o terceiro lugar num mercado extremamente concentrado). Toleraram a abertura da empresa ao capital privado, tal como FHC fez com a Petrobrás. Aos primeiros sintomas da crise econômica demitiram 4.273 trabalhadores. Trata-se da entrega de mãos beijadas ao capital privado de uma mão de obra altamente qualificada, que se leva décadas para formar. É verdade que a oposição burguesa de direita (PSDB, PMDB, Dem. et caterva) sabotou a tentativa de utilização da Petrobrás para uma pseudo-política nacional desenvolvimentista dos governos petistas, mas toda a sua política de concessão aos imperialismos não se justifica sob nenhum ponto de vista socialista.
Os governos Temer e Sartori (PMDB), venais até a medula dos interesses da grande burguesia imperialista, entregará o resto que falta do patrimônio nacional e dos serviços públicos. Esperar deles uma proposta de "industrialização" é o mesmo que esperar um nazista pregar a paz e a solução de conflitos.
Os concorrentes imperialistas apenas agradecem os grandes serviços prestados pelos vendilhões da política nacional, da grande mídia, da "intelectualidade" brasileira, da passividade e subserviência do movimento sindical governista e semi-governista.
Todos os governos brasileiros abriram mão de se tornar uma economia industrial, por pusilanimidade, por traição, por acordos espúrios com o imperialismo. Esta tarefa recai sobre os ombros dos trabalhadores conscientes. Existe um caminho alternativo para enfrentarmos a crise econômica. Ele exige coragem! Tudo o que a burguesia nacional (seus partidos e sua mídia) não tem...
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