O governo Dilma lançou recentemente uma propaganda política com o seu novo slogan "ajustar para avançar", que em nada fica devendo para a direita e os banqueiros (Banco Mundial, FMI, Bird, etc). Prepara o caminho para fazer o seu trabalho sujo, escondendo-se atrás de uma "carcaça de esquerda".
O governo afirma que amenizou os efeitos da crise capitalista internacional com suas ações. Na verdade, a crise econômica demorou para chegar ao Brasil muito mais em função do alto valor das commodities exportadas (petróleo, minérios, aço, produtos agrícolas, etc.; mercadorias consumidas, sobretudo, pela China) do que por supostas ações do governo. Mas ainda vale perguntar, que ações o governo realizou frente a crise? Isenção de impostos às grandes empresas multinacionais, taxa de juros exorbitante, política de superávit primário para o pagamento das dívidas junto aos banqueiros nacionais e internacionais. Além, é claro, do aumento da exploração dos trabalhadores.
O "crescimento do emprego" foi feito à custa das terceirizações, que aumentaram 109% em oito anos (de 4,1 milhões para 12,7 milhões em 2013), e do subemprego. A "valorização salarial" é uma piada, se observarmos a corrosão da inflação, bem como o lucro dos grandes grupos empresariais do país (principalmente os beneficiados com a isenção de impostos) e dos bancos (estes sim tiveram "valorização"; e continuam tendo).
Da mesma forma, a suposta "defesa dos direitos trabalhistas" é uma mentira deslavada muito perigosa, pois prepara a nova onda de retirada de direitos (MPs 664, 665, PL 4330) protagonizada pelo governo Dilma em frente única com o reacionário Congresso Nacional. O discurso de que "os benefícios e direitos trabalhistas serão assegurados", mas "sendo aperfeiçoados para evitar distorções e fraudes", é outra falácia. Os direitos dos trabalhadores estão sob terrível ameaça, que o governo eufemiza e tenta anestesiar os trabalhadores para que recebam a paulada sem percebê-la.
O aumento dos impostos sobre a energia são justificados pela seca, o que é uma nova mentira. Ainda que a seca possa afetar a produção de energia, o aumento das tarifas de luz se dá por uma necessidade de passar os custos da crise econômica e financeira crônica para os ombros dos trabalhadores de uma forma "imperceptível", enquanto que os grande conglomerados industriais continuam pagando proporcionalmente muito menos impostos. Os gastos cortados pelo governo são parte deste "ajuste", que destrói e arrocha os serviços públicos, condenando-os a inoperância, a precariedade e, consequentemente, pavimentam o caminho para as privatizações. O PSDB e o Dem sorriem, satisfeitos, por não precisarem sujar as mãos. E mesmo assim continuam aterrorizando o governo para que "ajuste" mais!
Sendo assim, não há "vitória" alguma como o vídeo alega, a não ser para a burguesia. Todos estes ajustes estão sendo feitos para salvar os grandes capitalistas da crise econômica internacional às custas dos direitos dos trabalhadores. Portanto, o atual slogan do governo Dilma é um eufemismo que poderia bem ser traduzido como "ajustar para acalmar a direita e salvar os grandes capitalistas"!
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