O Brasil não é um país independente. A sua “independência” foi proclamada pelo príncipe de Portugal, Dom Pedro I, que passou a ser o chefe de Estado do “novo país livre”. A sua primeira medida de governo foi aceitar, em nome do Brasil, todas as dívidas de Portugal com a Inglaterra.
A elite brasileira especializou-se em evitar rupturas, em “fazer ‘revoluções’ antes que o povo a fizesse”; é campeã dos formalismos, das convenções sociais artificiais. Preferiu sempre ser lambe botas das elites internacionais à preparar um caminho independente para si e para o seu povo. Apenas mudou de amo: antes era serva da metrópole portuguesa, agora é da burguesia imperialista britânica, francesa e norte-americana; antes era refém do Pacto Colonial; agora é das dívidas externa/interna.
O que se comemora, então, no 7 de setembro? Uma ficção inventada para alimentar um nacionalismo subserviente, que serve às potências imperialistas internacionais. Dentro do capitalismo, o “futuro” do Brasil é ser uma colônia exportadora de matérias-primas para os mercados centrais, produtores da alta tecnologia. Nenhuma candidatura à presidência da república romperá com esse “futuro” porque não se propõem a romper com as estruturas econômicas que mantém o Brasil dependente, isto é, nenhuma se propõe a romper seriamente com o capitalismo através de uma verdadeira revolução que leve os trabalhadores ao poder.
Em contrapartida, poderíamos dizer que o 7 de setembro deveria exaltar a autêntica cultura do povo, a literatura nacional, a diversidade popular. Mas não é isso que está em jogo. Apenas desfiles militares, um falso discurso otimista no futuro e uma propaganda enganosa – feita pelos diversos governos, mas, em especial, pelo governo Dilma (PT) – que afirma que o Brasil é “um país cada vez mais independente”. A partir desse discurso nacionalista se cria uma cunha entra as diversas nacionalidades latino americanas: os povos irmãos passam a ser vistos como competidores. Não é a toa que o nacionalismo foi e continua sendo a base do nazi-fascismo e das ditaduras militares. Justamente porque o 7 de setembro é utilizado como uma data para reforçar o chauvinismo burguês, é preciso reafirmar que os trabalhadores não tem pátria, que a verdadeira independência nacional surgirá quando os trabalhadores de todos os países se unirem em uma só força para destruir o grande colonizador e escravizador de povos – o imperialismo capitalista – e abrir caminho para a revolução socialista internacional!
A nossa máxima deve continuar sendo: proletários de todos os países, uni-vos!
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