“O Cosmos é tudo o que existe, que existiu ou que
existirá”
(Carl Sagan).
A
teoria do Big Bang é uma grande concessão aos dogmas religiosos do criacionismo.
O universo não tem uma criação, um início e um fim. Ele é eterno. A noção filosófica
de espaço reflete a propriedade geral dos corpos de terem certa extensão, de
ocuparem um lugar específico e estarem dispostos de determinada maneira entre
outros corpos no mundo e no Cosmos.
A imensidão cósmica |
Tempo e espaço estão intimamente ligados. Não se pode dissociá-los. Ambos são uma realidade material independente da consciência humana. Esta tende a conceber as coisas conforme a sua realidade finita no tempo e no espaço.
A
noção de eternidade do espaço agride a nossa pequenez e a nossa consciência da
finitude. Como uma coisa não pode ter fim? A matéria não tem fim, apenas
transforma-se ao longo do tempo e do espaço, de acordo com as influências
espaço-temporal e do meio, se modificando, até perecer; isto é, até
transformar-se em outra forma material.
Os
corpos celestes – planetas, estrelas, asteróides, poeira estelar – são
transformáveis; estão em constante mudança: nascem, crescem, evoluem e morrem
no Cosmos. A vida terrestre – e a humana, em particular – só foi possível
graças às condições materiais específicas da evolução da Terra, um “oásis” em
meio a uma estrela periférica da Via Láctea.
O tempo é um dos
determinantes da vida. Para os insetos tratam-se das horas; para os mamíferos,
de anos; para as civilizações, dos séculos; para os corpos celestes, dos milênios
(bilhões e bilhões de anos); e para o Cosmos, da eternidade, que vive
eternamente em
mudança. Mudança esta que é muito lenta para a vida humana
mortal e ínfima. Quiçá a estupidez humana esteja relacionada com a nossa
finitude e o parco tempo de vida?
O fato é que foi aqui
nesta poeira cósmica que é a Terra que a matéria adquiriu consciência de todo
este processo natural, numa lenta evolução de centenas de milhares de gerações.
Por certo existem inúmeras explosões, expansões, retraimentos e ciclos no Cosmos,
mas isso não significa que houve um início ou uma “criação”. Certamente o fim
da existência é doloroso. Mas de nada adiantam os subterfúgios. Cabe
aproveitarmos da melhor forma possível toda esta consciência que a existência
nos proporciona, tornando-nos pessoas melhores, mais lúcidas cientificamente e,
sobretudo, transformando a sociedade e a relação entre os seres humanos.
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ResponderExcluirVer o seguinte site: http://journalofcosmology.com/Cosmology4.html
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