Ao fim da 17ª cúpula dos BRICS no Rio, até dá pra sonhar: o Brasil como um centro mundial que recebe diversos países, sendo uma opção às estéreis e antidemocráticas reuniões da ONU e do G-7; o BRICS como uma alternativa real aos desmandos do imperialismo estadunidense, fazendo uma "revolução silenciosa" e uma transição pacífica de uma "ordem de guerras" e do "imperialismo do caos" para uma ordem multipolar, onde civilizações, culturas e povos são respeitados no que são.
As fotos da cúpula são bonitas; os encontros e os discursos também. No entanto, o imperialismo não é um tigre de papel. Ele opera, confunde e sabota.
A Casa Branca se remói. Não pode parar o processo do BRICS de forma pacífica. Nunca pararam pacificamente nenhum processo democrático de integração ao longo de todo o século XX e não o farão agora, no século XXI.
Trump, o deep state e o neofascismo já colocam a sua máquina pra funcionar: o homem-laranja afirma que países que fizerem parte dos BRICS pagarão tarifa de 10% nas exportações aos EUA. Faz drama sobre o processo contra Bolsonaro no STF para atiçar a sua base social. Os filhos prometem: "esta não será a única novidade vinda dos EUA".
Isso só pode significar uma coisa: golpe!
E os golpes não serão como os de antigamente (as tarifas de Trump são apenas o começo do novo tipo de manipulação). A máquina do imperialismo estadunidense é ágil e se recicla rápido. Nada de utilização do exército! Será via incitação do movimento de massas neofascista, ao qual o petismo e a "esquerda" em geral não sabem enfrentar, nem sequer reconhecer, uma vez que ignoram a psicologia de massas, sua própria atuação, dentre muitas outras coisas...