sexta-feira, 20 de junho de 2025

O agro é atraso! O agro é colonização! O agro é escravidão!


Ao que tudo indica, não é apenas a Rede Globo que sustenta que “o agro é tech, o agro é pop, o agro é tudo!”.

         Num post da internet que coloca o seguinte questionamento: “qual o maior inimigo de classe no Brasil?”, o profeta do “socialismo chinês”, Elias Jabbour, sustenta o seguinte:

         “O agronegócio não é meu inimigo principal de classe. O meu inimigo de classe é o capital financeiro”.

         E ele nem cora de vergonha!

         Como sabemos, o agronegócio é o principal exportador de soja e carne para a China. Ele está totalmente interconectado com o capital financeiro. O sistema financeiro e o agronegócio são os principais beneficiários e patrocinadores da atual situação econômica semicolonial do nosso país. Para Jabbour, no entanto, o Brasil só pode se desenvolver se estiver colado à China, independentemente de que papel cumpra nessa relação.

         Se é certo que se deve observar atentamente a relação Brasil-China não só a partir do agronegócio, mas dos BRICS e da geopolítica mundial, certamente não se deve embelezá-lo perante o povo, uma vez que um dos principais expoentes da chamada “elite do atraso” é, justamente, o agronegócio.

         É o agronegócio a continuação das típicas relações coloniais do Brasil que escravizaram o seu próprio povo para enriquecer metrópoles estrangeiras. Todo o projeto de “modernização” e “infraestrutura” proposto pela China e apoiado entusiasticamente por empresários do setor, políticos de direita e “esquerda”, e militantes como o próprio Jabbour, visam escoar a sua produção ao exterior em detrimento de uma industrialização que atenda aos reais interesses e anseios do povo brasileiro.

         É o agronegócio que mantém posturas extremamente autoritárias na política, no campo, nas legislações. Não há diálogo quando seus interesses são questionados. Sua postura não é só totalitária, é colonial! Nos remete aos tempos portugueses do açúcar, do ouro e do café. Quem lhe questiona é esquartejado, simbólica ou fisicamente.

         Por isso a linha política de Jabbour mais parece a busca por uma nova metrópole — com um discurso arrojado, atraente e “igualitário”, mas, ainda assim, uma metrópole! — do que uma emancipação política e econômica do Brasil. 

Certamente o projeto de subordinação aos EUA que vigorou até hoje não é melhor, senão que é mais predatório e violento, tanto no discurso, quanto na prática. No entanto, não são os chineses que devem dizer como tem que ser a nossa industrialização e o nosso desenvolvimento econômico; nem nós deveríamos esperar por isso.