Para meu amigo e irmão da vida, Julio Fajardo.
Se o pintor mescla as cores com as palavras do poeta, e o poeta pinta seus poemas na tela branca do quadro, a arte transcende o mundo silencioso e vazio de suas almas.
Por essas e outras, o pintor e o poeta se assemelham, me disse com outras palavras Julio hoje de manhã, com sua voz suave.
No pátio ensolarado de sua casa, a nogueira exibe a sua soberba, ocultando suas dores.
A manhã de outono iluminada, escuta em silêncio respeitoso, o homem que a vida não deu trégua.
Sobre as asas dos sonhos, o escritor e o pintor confundem as recordações dos anos felizes, em um abraço. Eucaristia de olhares e sorrisos, cumplicidades de juventude, sem dores nem medos.
Como o pão e o vinho em cima da mesa, símbolos do trabalho e do prazer, as cores e as palavras brindam o encontro.
Desde baixo e das periferias, os artistas anônimos dos bairros pobres propõem um encontro. E desde um canto isolado, Julio, na solidão e no silêncio, deixa escapar, pela alma e pelo rosto, uma lágrima que tem as pegadas do coração.
Te abraçam essas humildes palavras, de um velho que escreve; mas, sobretudo, te abraça um amigo e um irmão da vida, para que misturem as tuas cores e pintem o futuro dos que virão; e viagem com as minhas palavras, nas asas dos teus sonhos.
Artigas Osores.
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