segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Não existe amor em SP

 

A cracolândia em São Paulo é uma expressão de como o país e o seu sistema econômico e político tratam o povo pobre.
A "grande novidade" do momento é que ao invés de expulsar violentamente a sua população de um lado para o outro, agora espalhou ela um pouquinho aqui e um pouquinho acolá. Ou seja, uma cracolândia dividida, mas que ainda existe plenamente, sem nenhuma política séria de inclusão.
Dizem os porta-vozes da prefeitura que estão apostando em uma abordagem humanitária e não mais agressiva (para tristeza da classe média paulistana mais reacionária).
O fato é que políticas públicas humanitárias não se fazem apenas com supostas boas abordagens, mas com investimentos em serviço social, na economia interna, de diversas outras formas de inclusão que o capitalismo brasileiro não prevê orçamento algum.

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A burguesia paulistana (sobretudo a que se esconde nas páginas do Estadão) ataca a política externa de investimento em países da América Latina tentando reavivar o espírito mais atrasado e odioso na população média brasileira, apelando para discursos de que se investir fora não terá recursos para investir no país. Um papo furado que se estende por décadas, cujo objetivo central é deixar o orçamento público refém dos interesses exclusivos do capital privado (sobretudo do empresariado paulista), e que não é combatido seriamente.
O Brasil tem papel fundamental no desenvolvimento da América Latina e qualquer desenvolvimento dos demais países do nosso subcontinente significa, no geral, também o desenvolvimento do Brasil...

domingo, 15 de janeiro de 2023

Língua viva!


Como pode
Modificar a língua sem saber como é estruturada?

Como pode boca fria
no entrave entre as línguas
Ser prática mecanizada?
Como pode?
A linguística sendo mordiscada
Em destroços seus pedaços caem conforme avança
A lingua é viva, mas nem por isso
Merecia ser violada
A língua pode ser tida como burguesa
E nem por isso, assassinada
A burguesia ainda é louvada com praticas veladas e outras escancaradas
Palavras com poder, ao invés de significadas e voarem
São jogadas no lixo
Palavras ao vento
Trazer à consciência processo dolorido
Enquanto a violência come em baixo do teto das casas
Palavras vão para lixeira
Novas formas de opressão
Que não trazem solução aos antigos problemas
Novas embalagens, novas faces
O mesmo grude verde vômito
Solução apresentada:
oportunidade pra alguns;
fome e exploração a todos!
Igualdade, sem justiça
Sistema e barbárie
Salve a língua
Salve, salve!
Que ainda pode ser utilizada contra o sistema
Salvem as ferramentas que desconstroem ideias
Se com as palavras demonstrar a prisão já é difícil, sem elas?
Como expressar? Como demonstrar?
Que modificar a língua importa, sim. Mas não derruba a burguesia por si só?
Como demonstrar que o debate poderá fortalecer? Como te dizer? Ou melhor como te mostrar?
Se as palavras andam tão esvaziadas?
Vamos ressignificar? Mostrar na prática...
Passando adiante ferramenta que auxilia na luta proletária

Rafaela Lima