O texto abaixo foi extraído de uma postagem do facebook, trazendo na sequência alguns dos comentários que ajudam a tirar uma febre das discussões feitas na internet.
Uma organização de "esquerda" que faz coro com a intervenção militar da OTAN no leste europeu contra a Rússia, levanta a bandeira de "viva a resistência ucraniana", ignorando o fato que não existe "resistência ucraniana" por parte da classe trabalhadora.
Tal "resistência" só pode ser o exército ucraniano financiado pela OTAN e/ou os batalhões neonazistas ligadas a Zelenski e ao governo dos EUA.
Muito além deste delírio de "resistência" da classe trabalhadora, se ao menos esta organização defendesse como exigência central que "a Ucrânia rompa com a OTAN", já que a reconhece como o "braço militar do imperialismo".
Mas não! Ela continua vendendo o seu apoio desavergonhado à OTAN e aos EUA como uma política... revolucionária!
Comentário 1: A posição do PSTU está correta em se colocar ao lado da classe trabalhadora ucraniana que mais sofre com tudo isso.
Resposta: Compreendo. Só me diz onde está a classe trabalhadora... organizada? E se está organizada, porque não reivindicam a ruptura da Ucrânia com a OTAN como prioridade?
Comentário 2: A classe trabalhadora ucraniana assim como a classe trabalhadora brasileira ainda está majoritariamente não organizada e necessita duma vanguarda revolucionária para ajudá-la.
Resposta: Pois então, lá não tem. Ou tem? Pra mim os batalhões de ultra-direita não são vanguarda de coisa alguma, a não ser de neonazismo. Mas vamos supor que exista lá uma vanguarda revolucionária organizada e influente: por que não reivindicam a ruptura da Ucrânia com a OTAN como prioridade?
Comentário 3: Como disse falta para as classes trabalhadoras ucraniana e brasileira uma vanguarda revolucionária na luta contra a opressão capitalista.
Resposta: Sim. Isso eu entendi. Logo, não temos como ter uma classe trabalhadora organizada. E logo não temos como ter uma "resistência ucraniana", a não ser a que realiza o exército ucraniano regular financiado pela OTAN e/ou os batalhões neonazistas ligadas a Zelenski e ao governo dos EUA...
Comentário 4: Olha, a questão da resistência do povo ucraniano vai desde os grupos de extrema-direita com patrocínio do Ocidente capitalista até pessoas que integram a classe trabalhadora do país que lutam para sobreviver diante da invasão russa! Então não é errado dizer que a resistência ucraniana é heterogênea. Compreende?
Resposta: Mas se não tem direção, acaba seguindo à direções burguesas ou fascistas, por isso é equivocado, compreende? E mais ainda: se levantamos apenas "viva a resistência ucraniana" sem exigir o rompimento da Ucrânia com a OTAN, então somos parte ativa desta intervenção imperialista da OTAN... ou sua ponta de lança, se preferir.
Comentário 5: Se não tem uma direção própria então é necessário construir uma!
Resposta: Sim. É necessário construir. O que denota que não existe. Apoiar o que existe, de qualquer jeito, ou é economicismo, espontaneísmo; ou então é enrolação, é contorcionismo nos discursos políticos e teóricos.
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